Uma empresa de Três Rios, RJ, foi flagrada revendo 800 toneladas de carne bovina contaminada pela enchente de Porto Alegre em 2023. A 'Operação Carne Fraca' da Polícia Civil revelou o esquema de venda de alimentos impróprios para consumo humano.
Durante a enchente histórica que atingiu Porto Alegre , no Rio Grande do Sul, entre o final de abril e o início de maio de 2023, áreas residenciais, comerciais, industriais e agrícolas foram devastadas. Nesse contexto, uma empresa de Três Rios, no Centro-Sul do estado do Rio de Janeiro, adquiriu 800 toneladas de carne bovina submersa durante a enchente. A empresa alegou que o produto seria utilizado para fabricação de ração animal.
No entanto, investigações conduzidas pela Polícia Civil fluminense revelaram que a carne estragada foi revendida para outras empresas em diferentes partes do país, com o propósito de consumo humano. A operação policial, denominada 'Operação Carne Fraca', foi realizada nesta quarta-feira, através da Delegacia do Consumidor (Decon). Equipes da polícia cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, que são sócios da empresa envolvida na revenda dos alimentos deteriorados. Uma pessoa foi presa em flagrante durante as ações policiais.Em ao menos um dos endereços, as equipes encontraram carnes armazenadas de forma inadequada e imprópria para consumo, também em estado de deterioração. Segundo as investigações da Polícia Civil, que contou com o apoio da Decon do Rio Grande do Sul, os envolvidos adquiriram as 800 toneladas de carne bovina sabendo que os produtos ficaram submersos na enchente por vários dias. A empresa, no entanto, revendeu os alimentos inadequados para consumo a outras empresas em diversas localidades do país.De acordo com a polícia, os lucros obtidos com essa prática ultrapassaram mais de 1.000%. Os investigados podem responder por crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o país. Além das carnes armazenadas inadequadamente, os agentes encontraram descarte irregular de materiais, como caixas de papelão e sacos plásticos, aparentemente provenientes de produtos alimentícios, em um espaço indicado para estacionamento de clientes. Moscas eram visíveis no local.
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