Um caso de suruba em uma praia de nudismo em Búzios gerou debate sobre a prática sexual em locais públicos, a relação entre nudismo e sexualidade e o impacto viral de cenas polêmicas.
Uma praia de difícil acesso, localizada em Búzios, na Região dos Lagos, ganhou destaque nas redes sociais no último fim de semana após imagens de um grupo de 15 pessoas se envolvendo em práticas sexuais em plena área pública terem sido divulgadas. A Praia do Olho de Boi, descrita como uma praia de nudismo, é conhecida por seu difícil acesso, acessível apenas por trilhas. Apesar do nudismo ser permitido no local, a prática sexual é proibida.
A prefeitura de Búzios afirma que a praia 'pequena e encantadora' é usada por naturistas justamente pelo difícil acesso, mas o recente incidente destaca que alguns visitantes desrespeitam as regras e a privacidade do local. Flávio Fernandes, advogado criminalista e professor de direito penal, ressalta que praticar ato obsceno em público (mesmo em praias de nudismo) é crime, conforme previsto no artigo 233 do Código Penal. Fernandes enfatiza que as praias de nudismo são destinadas à prática do naturismo, uma atividade regulamentada com princípios éticos voltados à integração à natureza, incluindo a prática do nudismo sem conotação sexual. A Federação Brasileira de Naturismo (FBRN) também reforça esse ponto, afirmando que o naturismo não está ligado à sexualidade. Em outras praias de nudismo do Rio de Janeiro, como a Praia do Abricó, em Grumari, placas informam aos visitantes que a prática de naturismo não tem conotação sexual. O caso de Búzios se junta a um parecido que ocorreu no último réveillon na Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, onde a polícia abriu uma investigação após o registro de um vídeo com um grupo de homens em prática sexual grupal. Ambos os casos compartilham a característica de envolver apenas homens e terem se tornado virais nas redes sociais. Bruno Branquinho, psiquiatra com foco na saúde mental da população LGBTQIAP+, explica que é preciso dissociar a ideia de que cenas como essas só seriam praticadas por pessoas LGBTQIAP+. Ele aponta que a busca por locais escondidos para práticas sexuais pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo o fetiche e a marginalização histórica que pessoas LGBTQIAP+ enfrentam. Branquinho observa que o preconceito e a violência motivada por homofobia podem levar pessoas LGBTQIAP+ a procurarem locais como esse para se sentirem mais seguras. Ele ressalta que a violência também pode ser um fator motivador, fazendo com que algumas pessoas não se sintam livres para viver sua própria sexualidade de forma aberta. Já a psicóloga e sexóloga Tatiana Presser explica que cenas como essa viralizam por conta da ligação social entre sexo e moralidade, sendo um tema sensível e que causa grande impacto nas pessoas.
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