O 'surubão' do Arpoador, ocorrido no réveillon, inspirou uma pintura e gerou debate sobre homofobia. A polícia ainda não identificou os participantes, enquanto ativistas usam o caso para discutir a história do cruising em relação ao preconceito.
A polícia civil ainda não conseguiu identificar nenhum dos participantes do ato que ocorreu na noite do réveillon e prolongado até o amanhecer na Pedra do Arpoador , zona sul do Rio de Janeiro. Um vídeo do chamado ' surubão ' foi encaminhado ao Instituto de Identificação Félix Pacheco, onde se tentou utilizar tecnologia de reconhecimento facial para dar nome e sobrenome aos envolvidos. No entanto, a baixa qualidade das imagens impossibilitou o processo.
Com o vídeo que recebemos, o trabalho de identificação já começou e terminou. As imagens têm qualidade muito ruim e não se prestam para a perícia de comparação facial, declarou ao GLOBO Alexandre Trece Motta, diretor do Instituto. Enquanto a polícia tenta identificar os homens que praticaram sexo ao ar livre na virada do ano, o 'surubão do Arpoador' ganha contornos artísticos. Depois de o escândalo sexual viralizar nas redes sociais, o artista visual Charlles Cunha, de 33 anos, de São Paulo, pintou uma tela retratando a orgia. Trata-se de uma pintura acrílica sobre tela de 30x20 centímetros, batizada de 'No Arpoador'. Segundo o artista, a obra tem uma abordagem figurativa contemporânea influenciada por pintores atuais e pelo impressionismo. Ele afirma que a tela foi comprada por R$ 1.600 por um casal gay brasileiro que mora em Nova York, apenas 24 horas após ficar pronta. O artista Charles Cunha já está fazendo a segunda, de 30x40 centímetros, que também já foi vendida para um jornalista de São Paulo por R$ 2.400. Minha arte explora vídeos e imagens da internet, criando novas narrativas e registrando o efêmero através da pintura. Me interesso pelo corpo e a superexposição, temas que dialogam com o que considero relevante na sociedade. Ao ver o vídeo do surubão, quis documentar e ressignificar a cena além do digital. Por outro lado, ativistas do movimento gay estão usando o 'surubão do Arpoador' para exemplificar práticas de homofobia. Segundo o professor universitário e influenciador digital Christian Gonzatti, o cruising (prática de encontros casuais para sexo em locais públicos) tem suas origens em períodos e locais onde a homossexualidade era amplamente condenada pela sociedade. Surgiu como uma forma de homens gays evitarem exposição pública e possíveis perseguições, encontrando espaços alternativos para expressar sua sexualidade, como parques, trilhas e banheiros públicos, disse Gonzatti em um vídeo publicado nas redes sociais. Segundo ele, o preconceito contra essa prática está ligado à homofobia, que historicamente marginalizou esses encontros. Muitos homens temiam mais a condenação por sua orientação sexual do que pelos atos em si, o que os levava a buscar locais escondidos. De acordo com o artigo 233 do Código Penal Brasileiro, a prática de ato obsceno em lugar público ou espaços abertos coletivos é crime, podendo ocasionar detenção de três meses a um ano, ou multa. O inquérito que investiga o 'surubão do Arpoador' está sob a responsabilidade do delegado Sandro Caldeira, da 14ª Delegacia de Polícia (Leblon). Nas redes sociais, o policial ganhou notoriedade por sua beleza, sendo apelidado de 'delegato'. Só no Instagram, o homem da lei tem 191 mil seguidores. Ele desaprova a associação da orgia do ano novo à militância. Sexo explícito em local público é uma forma extremamente equivocada e, além disso, criminosa de se lutar por direitos. Espero que esse viés não seja utilizado, pois seria uma grande pena caso isso aconteça, disse o policial
SURUBÃO ARPOADOR HOMOFOBIA CRUISING POLICIA
Brasil Últimas Notícias, Brasil Manchetes
Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.
Surubão do Arpoador: Polícia investiga orgia em local público no RioUm vídeo viralizou mostrando um grupo de pessoas praticando sexo em grupo no Arpoador, no Rio de Janeiro, após o réveillon. A Polícia abriu um inquérito para identificar os envolvidos na prática de sexo ao ar livre, que é crime no Brasil. A Guarda Municipal realiza patrulhamento para coibir atos obscenos em locais como o Arpoador, Parque Garota de Ipanema e Aterro do Flamengo.
Consulte Mais informação »
Moradores do Rio pedem reforço policial após vídeo de 'surubão' no ArpoadorUm vídeo de cerca de 30 pessoas praticando sexo no Arpoador, na Zona Sul do Rio de Janeiro, viralizou nas redes sociais, levando os moradores a pedir reforço policial. O local é conhecido como ponto de 'pegação' há muito tempo.
Consulte Mais informação »
Associação de Moradores pede reforço policial após vídeo de 'Surubão' no ArpoadorApós um vídeo viralizar nas redes sociais mostrando cerca de 30 pessoas praticando sexo no Arpoador, a associação de moradores do bairro solicitou reforço policial na região. Embora o ato tenha se tornado público recentemente, o local é conhecido como ponto de 'pegação' há muito tempo. A gravação, feita no Parque Garota de Ipanema, levou à denominação 'Surubão' do Arpoador. A Polícia abriu um procedimento para identificar os envolvidos e a Guarda Municipal afirmou que atua para coibir práticas de atos obscenos.
Consulte Mais informação »
Polícia reforça segurança no Arpoador após 'Surubão' viralizarApós um vídeo de uma prática sexual em grupo no Arpoador, Zona Sul do Rio, se tornar viral, a associação de moradores solicitou reforço policial. Embora o local seja conhecido como ponto de 'pegação', o vídeo gerou uma investigação da polícia e a Guarda Municipal intensifica o patrulhamento na região.
Consulte Mais informação »
Moradores pedem reforço policial após 'Surubão' no ArpoadorUm vídeo viralizado nas redes sociais mostrando cerca de 30 pessoas praticando sexo no Arpoador, Zona Sul do Rio, levou a associação de moradores a solicitar reforço policial na região. O local é conhecido como ponto de encontros amorosos há anos.
Consulte Mais informação »
Moradores Pedem Reforço Policial Após Vídeo de 'Surubão' no ArpoadorUm vídeo que mostra cerca de 30 pessoas praticando sexo no Arpoador, no Rio de Janeiro, viralizou nas redes sociais e levou à solicitação de reforço policial por moradores. O local é conhecido como ponto de encontros para relações sexuais há muito tempo.
Consulte Mais informação »