Surrealismo: Uma Celebração do Centenário do Manifesto

Arte Notícia

Surrealismo: Uma Celebração do Centenário do Manifesto
SURREALISMOANDRE BRETONGALA DALÍ
  • 📰 elpais_brasil
  • ⏱ Reading Time:
  • 213 sec. here
  • 14 min. at publisher
  • 📊 Quality Score:
  • News: 120%
  • Publisher: 53%

A exposição *1924. Outros Surrealismos*, organizada pela Mapfre em Madrid, celebra o centenário do Manifesto Surrealista de André Breton. A mostra explora a evolução do movimento surrealista, destacando a crescente presença feminina no cenário artístico.

Em 15 de outubro de 1924, André Breton publicou uma coletânea de 30 poemas em prosa, *Poisson Soluble*, com um prólogo intitulado *Manifiesto do Surrealismo*. Esse texto marcou o início de um movimento artístico e literário que nasceu na França e se expandiu por um vasto império criativo (Bélgica, Estados Unidos, México, Espanha...) no qual a arte foi compreendida como uma forma de vida fascinante, marcada pelo estranho, pelo irracional e pelo incongruente.

Os artistas mais jovens aderiram a uma corrente onde as imagens eram pura poesia e nem mesmo o artista compreendia ou podia explicar sua origem. René Magritte, Salvador Dalí, Luis Buñuel, Giorgio de Chirico, Joan Miró ou Remedios Varo são alguns dos nomes mais conhecidos do movimento, mas há muito mais para explorar. As grandes celebrações do centenário do manifesto começaram no ano passado nos Musées Royaux des Beaux-Arts da Bélgica, seguiram no Centro Pompidou de Paris e, após sua passagem por Madrid, viajarão para a Kunsthalle de Hamburgo e para o Museu de Arte de Filadélfia. Cada uma dessas sedes oferece uma perspectiva diferente sobre o movimento. A exposição que abre ao público na sede madrileña da Mapfre (até 11 de maio) leva por título *1924. Outros Surrealismos*. Sua curadora, a historiadora e colaboradora do *EL PAÍS*, Estrella de Diego, quis traçar um mapa com os lugares por onde Breton e seus seguidores se moveram; um “mapa-múndi” que começava em Paris e se estendia por toda a Europa, parte da África e grande parte da América. E a grande novidade: o novo mapa é mais populoso por mulheres do que nunca. Gala Dalí, Leonora Carrington, Maruja Mallo, Remedios Varo, Ithell Colquhoun, Dora Maar, Ángeles Santos ou Dorothea Tanning são algumas das 35 artistas representadas, que alcançam 50% da autoria das obras expostas. No Pompidou, o monumental conjunto de 500 obras tinha 40% de criadoras. É um grande avanço se considerarmos que na exposição de 2002 no mesmo museu e sobre o mesmo tema apenas havia três mulheres. A obra escolhida para iniciar o percurso pelas duas plantas do palacete da Mapfre é *Armário Surrealista* (1941), do artista e poeta francês Marcel Jean, próximo dos espanhóis Esteban Francés, Remedios Varo e Óscar Domínguez. Essas portas entreabertas conduzirão o visitante à seção em que se descreve o que foram os surrealismos com Breton perto e com Breton longe. E será a obra de Gala Dalí que dará início à jornada. Aqui, a curadora destaca que a presença de Breton não foi igual em todos os lugares onde, de alguma forma, o surrealismo se desenvolveu. De Diego acrescenta que houve locais onde sua presença —e, portanto, sua influência— seria maior e mais direta, e outros onde se diluía ou era reinterpretada por obrigação das circunstâncias. Diante do precioso jogo de cartas de tarot (sem data) de Gala Dalí, Estrella de Diego lembra que o misógino Breton, em seu manifesto de 1924, descreve as mulheres como “belas e sem nome”, limitando-se a atribuir a elas o papel de médiuns —do inconsciente em estado puro, de guias—, um papel aparentemente de privilégio, que acabou sendo apenas um meio de exclusão. A cineasta Isabel Coixet, em um texto contundente do catálogo, conta muito bem a consideração que as mulheres surrealistas sofriam: eram chamadas de loucas. Invariavelmente. Algumas estiveram em instituições psiquiátricas, uma se suicidou, outras foram diagnosticadas como esquizofrênicas e aquelas que não tiveram esse diagnóstico clínico sempre foram vistas como seres estranhos por seu entorno. Foram amantes de artistas que se esforçaram em vão para reduzi-las ao papel de companheiras com certo talento; talento que eles se esforçavam para minimizar sempre que possível. Raramente tiveram filhos; abortos, mais do que podiam contar. As artistas surrealistas foram um coletivo solitário, rebelde, soberbo, desafiador, único; embora nem mesmo se vissem como um coletivo, muitas delas eram amigas e se apoiavam. Sua obra literária se nutre, como sua obra plástica, de uma imaginação rica e da ideia de que não havia fronteiras nem limites entre as disciplinas artísticas. As decalcomanías de Óscar Domínguez dão abertura à curadora para contar que o surrealismo parecia ir para onde Breton viajava. E uma de suas viagens mais famosas foi para Tenerife. Em 1935, ele voou junto com sua esposa, Jaqueline Lamba, e Benjamin Péret para assistir à inauguração da Exposição Surrealista, de caráter internacional, que se apresentou no Ateneo de Santa Cruz. Três anos depois da excursão canária, Breton viaja para o México, país que considerou o único “surrealista nato” por seu folclore, moda então cultivada pela elite social com quem seus anfitriões, Diego Rivera e Frida Kahlo, se relacionavam

Resumimos esta notícia para que você possa lê-la rapidamente. Se você se interessou pela notícia, pode ler o texto completo aqui. Consulte Mais informação:

elpais_brasil /  🏆 21. in BR

SURREALISMO ANDRE BRETON GALA DALÍ REEMEDIOS VARO CENTRO POMPIDOU MAPFRE EXPOSIÇÃO HISTÓRIA DA ARTE MOVIMENTO ARTÍSTICO

Brasil Últimas Notícias, Brasil Manchetes

Similar News:Você também pode ler notícias semelhantes a esta que coletamos de outras fontes de notícias.

Babygirl: Uma Celebração da Sexualidade Feminina na Meia-IdadeBabygirl: Uma Celebração da Sexualidade Feminina na Meia-IdadeO filme 'Babygirl', protagonizado por Nicole Kidman, desafia estereótipos de Hollywood ao retratar a sexualidade e a liberdade de mulheres maduras.
Consulte Mais informação »

Globo de Ouro: Uma Celebração com Notas Picantes e InjustiçasGlobo de Ouro: Uma Celebração com Notas Picantes e InjustiçasRicky Gervais abre o evento com um discurso ácido, enquanto Nikki Glaser e Ali Wong se destacam na noite. Movistar Plus+ ganha com a escolha de Alejandro G. Calvo como comentarista, que evoca a memória de Jaume Figueras. A crítica aponta para a subvalorização de Emilia Pérez, mesmo com diversas nomeações, e para a falta de reconhecimento de papéis femininos importantes.
Consulte Mais informação »

A Celebração Acolhiu Uma Multidão De Trumpistas, Mas A Falta De Certezas É PalpávelA Celebração Acolhiu Uma Multidão De Trumpistas, Mas A Falta De Certezas É PalpávelA tomada de posse de Donald Trump foi marcada por uma mistura de euforia e desilusão entre seus apoiadores. O evento, transferido para o interior do Capitólio devido à previsão de frio extremo, deixou muitos de fora. A fila para entrar no estádio se estendia por várias ruas, com muita desinformação a circular entre os presentes.
Consulte Mais informação »

QUEEN Legend + E. Balbo: Uma Celebração Épica do RockQUEEN Legend + E. Balbo: Uma Celebração Épica do RockO Teatro Riachuelo recebe o espetáculo QUEEN Legend + E. Balbo em 5 de fevereiro, com 50% de desconto para assinantes do O GLOBO. Experimente uma homenagem emocionante à banda britânica Queen, com a maestria vocal de E. Balbo e a precisão musical da banda QUEEN Legend.
Consulte Mais informação »

Boliqueime, Uma Vila em CelebraçãoBoliqueime, Uma Vila em CelebraçãoEste artigo reflete sobre a recente ascensão de Boliqueime à categoria de vila, contrastando a alegria local com as tensões globais em torno da cerimónia de investidura em Washington. Explora a dificuldade de traduzir a musicalidade do poema 'Aleluya' e a alegria do momento, como se expressa na música e nas celebrações.
Consulte Mais informação »

Uma Viagemnoturna MisteriosaUma Viagemnoturna MisteriosaUma narrativa sobre uma viagem noturna inesperada que se tornou uma lembrança marcante.
Consulte Mais informação »



Render Time: 2025-02-14 03:05:21