Após dois adiamentos, os Óscares anunciaram as nomeações. Emilia Pérez lidera com 13 indicações, enquanto Wicked e The Brutalist seguem com 10. Karla Sofía Gascón torna-se a segunda atriz espanhola nomeada e a primeira pessoa trans na categoria de atuação. O Brasil ganha protagonismo com 'Ainda Estou Aqui' e Fernanda Torres.
Após dois adiamentos devido aos incêndios devastadores que assolaram Los Angeles, as nomeações para os Óscares finalmente foram anunciadas. Na quinta-feira, às 5:30 da manhã, no Teatro Samuel Goldwyn, embora sem a presença de meios de comunicação, os comediantes Rachel Sennott e Bowen Yang leram os nomes dos candidatos à estatueta mais famosa do mundo do cinema.
Este ano, dominam as nomeações Emilia Pérez (com 13), Wicked e The Brutalist (com 10 cada uma); seguindo-se Cónclave e A Complete Unknown com oito, Anora com seis, a segunda parte de Dune com cinco e La Sustância com quatro. O musical narcótico de Jacques Audiard não chega ao recorde de 14 de Titanic, La La Land e Eva ao Desnudo, mas fica perto e empatam com as conseguidas por Oppenheimer no ano passado. Espanha e Ibero-América voltam a estar presentes este ano. A nomeação mais esperada era a de Karla Sofía Gascón como melhor atriz protagonista por Emilia Pérez. Gascón, com uma longa carreira em séries de televisão em Espanha e México, é a segunda atriz espanhola a ter uma nomeação para os Óscares, depois das quatro de Penélope Cruz (ademais, ambas são de Alcobendas), e a quarta intérprete, com Javier Bardem e Antonio Banderas. Também é a primeira pessoa trans nomeada na categoria de interpretação (Elliot Page ainda era Ellen Page quando foi nomeada por Juno). A Gascón, a nomeação a pegou no aeroporto brasileiro de São Paulo, a caminho do Uruguai, de promoção por Emilia Pérez. Não conseguiu conter a emoção e começou a chorar. Brasil também é protagonista, graças a Ainda Estou Aqui, do cineasta Walter Salles, que consegue nomeação como melhor filme estrangeiro e para Fernanda Torres como melhor atriz, mas que também se infiltra na principal categoria, a de melhor filme. Pedro Almodóvar não arranha candidaturas com A Quarto do Lado. Esperava-se especialmente uma quinta nomeação para Alberto Iglesias pela sua banda sonora, mas não passou o corte final, assim como os dois curta-metragens espanhóis de ficção que entraram na lista prévia de nomeados. Esta edição dos Óscares parece mais aberta e com mais candidatos fortes do que em ocasiões anteriores. Há filmes que rondam a dezena de nomeações e que podem conquistar muitos prêmios ou até mesmo sair de mãos vazias. A categoria rainha é a de melhor filme, e lá competem Anora, The Brutalist, Cónclave, Emilia Pérez, Dune: Parte 2, La Sustância, A Complete Unknown, Wicked, Ainda Estou Aqui e Nickel Boys. Ao superar as 10 nomeações, a polêmica Emilia Pérez torna-se no filme não só em espanhol, mas também em língua não inglesa, com mais candidaturas da história (em 2001 Tigre e Dragão conseguiu 10 e ganhou quatro; da mesma forma em 2019 Roma, de Alfonso Cuarón, com 10 e conquistando três). O filme dá à Netflix (que o comprou nos Estados Unidos) uma opção séria de alcançar sua primeira estatueta na categoria de melhor filme. Além disso, o fato de que tanto Emilia Pérez quanto Wicked estão nomeadas marca a segunda vez que dois musicais competem como melhor filme, e fazem isso após mais de meio século, após Oliver e Uma Cara com Anjo em 1968. Mas este ano há outra categoria especialmente disputada e observada: a de melhor atriz. Lá, Gascón terá que enfrentar Demi Moore por La Sustância, que após ganhar o Globo de Ouro como melhor atriz de comédia ou musical e com uma carreira afinada na temporada de prêmios parte como favorita na primeira nomeação de sua trajetória. Enfrentará também Mikey Madison por Anora, que ganhou em Cannes; Cynthia Erivo por Wicked (a segunda mulher negra, após Viola Davis, em conseguir mais de uma nomeação) e Torres por Ainda Estou Aqui, que deu a surpresa como melhor atriz de drama nos Globos. A intérprete brasileira segue os passos da sua mãe, a grande dama da interpretação brasileira Fernanda Montenegro, que foi nomeada em 1999 por Estação Central do Brasil; desde então, ninguém conseguiu outra candidatura em atuação para o país. Nem Nicole Kidman por Babygirl, nem a Maria Callas de Angelina Jolie, nem Pamela Anderson em The Last Showgirl, nem também Kate Winslet em Lee passaram no corte. A categoria de melhor atriz coadjuvante parece liderada por Zoe Saldaña, com muitas chances por Emilia Pérez. Frente a ela competirão a veterana Isabella Rossellini em sua primeira nomeação, com apenas sete minutos de tempo em tela em Cónclave com sua monja Agnes astuta; a atriz e cantora Ariana Grande como a bruxa Glinda de Wicked; Monica Barbaro por sua Joan Baez em A Complete Unknown; e Felicity Jones, a abnegada Erzsebet de The Brutalist. Neste caso, a cara B de Demi Moore em La Sustância, Margaret Qualley, fica de fora
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