A tensão entre o Governo espanhol e o PP aumenta, especialmente em política exterior. O partido conservador critica a falta de diálogo e a postura do Executivo em questões internacionais, como a guerra na Ucrânia.
Desde a chegada de Alberto Núñez Feijóo à presidência do PP, há quase três anos, o Governo e o principal partido da oposição têm sido incapazes de consensuar a posição de Espanha perante qualquer questão de política externa, apesar de que os assuntos internacionais sempre foram considerados uma política de Estado.
Uns e outros responsabilizam-se mutuamente por este fracasso: o Governo reprocha ao PP a sua falta de lealdade ― os populares chegaram a acusá-los de “participar num golpe de Estado na Venezuela”― e o PP questiona que o Executivo não cultiva a interlocução. Perante a encruzilhada que afronta agora a União Europeia sobre a negociação de paz para a Ucrânia, com a discussão que começou esta segunda-feira em Paris com a minicumbre de primeiros-ministros a que assiste Pedro Sánchez, os populares exigem ao presidente socialista que se abra a consensuar uma posição comum com o PP. “Aqui não chama ninguém”, lamentam em Génova. O PP insta Pedro Sánchez a abrir uma interlocução com Feijóo sobre a posição da Europa perante a negociação de paz na Ucrânia, embora ao mesmo tempo carregue outra vez contra o presidente socialista pela sua política exterior. “Um político sério e responsável, quando vai manter uma reunião como esta, o partilha com o principal partido da oposição. Aqui não ha chamado ninguém”, lamentou este segunda-feira o porta-voz do PP, Borja Sémper, na roda de imprensa após a reunião do comité de direção do PP em referência à cimeira de líderes europeus em Paris.A relação entre o Governo e o PP está praticamente rota desde há muitos meses. Em política exterior, terminou de saltar por terra com o conflito diplomático com a Venezuela, em setembro de 2024, depois de o presidente argentino Javier Milei ter atacado a mulher de Pedro Sánchez, Begoña Gómez, num mitin do Vox. O PP elevou o tom a níveis inauditos e acusou abertamente o Executivo de participar num golpe de Estado de Nicolás Maduro. Agora o PP também não dá trégua ao Governo. Ao mesmo tempo que criticava que a La Moncloa não levantava o telefone para informar ou buscar um acordo com o PP, Sémper já tinha antecipado que o seu partido estava “preocupado” pela posição que o presidente socialista levava à reunião na capital francesa, e tinha carregado contra a sua política de assuntos exteriores. “Espanha é uma fonte de desconfiança em política exterior, desgraciadamente, graças a Pedro Sánchez”, questionou o porta-voz. Em todo o caso, Feijóo abriu a porta a apoiar um aumento do gasto em defesa se os parceiros do PSOE chegarem ao momento de se descolgarem. “O senhor Sánchez primeiro tem que me informar. Segundo, pedír-me. E terceiro, vou responder. Por esta ordem”, afirma este segunda-feira numa entrevista ao El Mundo. O líder do PP vai participar por videoconferência esta terça-feira numa reunião de urgência dos líderes do Partido Popular Europeu, que se têm reunido para definir uma posição comum dos conservadores. O PP espanhol afirma que está “com Zelensky frente a Putin”, embora não revele se apoiaria a proposta de enviar tropas à Ucrânia que formulou o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; enquanto faz equilibrios tendendo pontes também com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “A Europa pode e deve fazer mais pela sua segurança sem perder de vista que os EUA são um aliado”, argumentou o porta-voz do PP
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