O desabamento da Igreja de São Francisco de Assis em Salvador expõe a negligência na preservação de bens históricos no Brasil. A falta de fiscalização, recursos e planejamento urbano adequada ameaça imóveis tombados em todo o país, como destacado pelo presidente Lula. Especialistas enfatizam a necessidade de uma política sistemática de cuidado, com investimento contínuo e participação da sociedade para proteger o patrimônio nacional.
A falta de fiscalização e prevenção ameaça a preservação de imóveis históricos no Brasil, como evidenciado pelo desabamento da Igreja de São Francisco de Assis. A declaração de Lula sobre a negligência no cuidado de bens tombados gerou discussões entre especialistas.
Segundo a Defesa Civil de Salvador, há mais de 2,7 mil imóveis em situação de abandono na cidade, e cerca de 15% possuem risco alto e muito alto para desabamento ou incêndio, de acordo com levantamento de 2023 do Projeto Casarões. A maioria fica no Centro Histórico, como era o caso da chamada “Igreja do Ouro”, onde houve o acidente de quarta-feira.
— Ele tem que ter bronca de que nem ele e nem nenhum antecessor construiu uma política rigorosa no setor. Falta olhar para importância do tombamento como instrumento de construção de identidade nacional — afirma Oksman, que também lamentou a falta de mapeamentos da situação de conservação dos bens tombados. — Não tem fiscalização. O caso de Salvador não é diferente do incêndio do Museu Nacional.
Carsalade lembrou que os prédios históricos costumam estar em áreas centrais da cidade e o país carece de planejamento urbano. Além disso, ele destacou problemas recorrentes na conservação dos prédios, como falta de recursos, subvalorização de técnicos e servidores, ausência de conservação preventiva e desconhecimento público da importância da preservação.
Na entrevista de quinta-feira, Freitas disse que os frades não teriam como saber que o risco fosse iminente:As interdições de prédios históricos são frequentes. O Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia , no Convento de Santa Teresa, também tombado, está fechado por risco principalmente nas instalações elétricas e nos telhados, desde agosto. O museu tem a maior coleção de arte sacra barroca da América Latina.
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