Maioria dos casais não aguenta intimidade constante sem a esfera pública, diz socióloga Eva Illouz
Na maioria dos casos, cada membro do casal vai para o seu lado, quer cada um tenha um emprego ou um fique encarregado da casa ou dos filhos, o que implica, por exemplo, em sair de casa para levá-los à escola.Mas os lockdowns impostos para evitar a propagação do novo coronavírus acabaram com as condições que permitem que isso aconteça.
"De certa forma, o que descobri é que precisamos da sociabilidade com amigos, estranhos, conhecidos, mais ou tanto quanto a intimidade com outra pessoa." Em termos imediatos, ela exemplifica, as pessoas que ficaram desempregadas ou foram despejadas por não ter como pagar o aluguel "são objeto, dentro de suas casas, da ação de forças externas que não controlam"? "Claro que são", diz.E também quão sociáveis somos.Crédito,Sendo a aparência entendida como "o trabalho que faço no meu corpo para aparecer de certa forma na frente de outras pessoas".
"Há um ano, na Austrália, viralizaram algumas fotos de pessoas vestidas com roupas de gala, usando maquiagem e lindas joias para levar o lixo para fora, porque era a única coisa que podiam fazer." "A arquitetura urbana dos subúrbios é tal que poucos apartamentos têm terraço, varanda ou contato com a rua".A acadêmica esclarece que isso não significa que esses lugares sejam piores, pois, se levarmos em consideração outros critérios, provavelmente as casas dos nossos antepassados eram de qualidade inferior.
Uma solidariedade, frisou ela, entre as gerações mais novas e as mais velhas, "entre quem não sabe se pode ter a doença e alguém que pode morrer por causa daquilo que o primeiro desconhece, entre quem pode ter perdido o emprego e alguém que pode perder a vida." É que até agora relacionávamos o cuidado à proximidade física, mas a pandemia nos disse que o segredo para nos proteger é nos afastarmos.Questionada se acredita que a crise do coronavírus está mudando nossa maneira de amar, a professora afirma à BBC News Mundo que é muito cedo para dizer.
" foi conduzida muito bem e com bastante rapidez, porque percebemos que se usássemos preservativos estaríamos mais ou menos seguros. Mas não é o caso , porque não é tão fácil se proteger de um vírus respiratório", explica. Surge um novo conjunto de perguntas relacionadas com a nossa maneira de viver, de nos comportar e interagir.Em setembro de 2019, Illouz escreveu no blog da Oxford University Press o artigoExiste a preocupação de que a pandemia esteja desencadeando uma epidemia de solidão devido aos lockdowns
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