Chamado de 'pai da ginecologia moderna', o médico James Marion Sims fazia experimentos em corpos de mulheres negras no Alabama.
de 17 anos, teve um bebê, mas surgiu um problema. "Uma curiosidade cirúrgica muito infeliz", escreveria posteriormente o médico que a atendeu.
Seu parto foi obstruído – ele não avançava, mesmo com as contrações uterinas adequadas. Isso ocorreu porque o tamanho do feto era desproporcional ao canal da mãe. Depois de vê-la pela primeira vez, ele escreveu na sua autobiografia: "Com exceção da morte, este foi o pior acidente que poderia ter acontecido com a pobre jovem."Naquele momento, a escravidão e a saúde reprodutiva estavam entrelaçadas.
Por isso, "não é que eles tivessem uma visão bondosa de 'oh, meu Deus, vamos cuidar destas pobres mulheres grávidas ou puérperas'", esclarece Cooper Owens. Pouco tempo depois, um médico procurou Sims com outra adolescente escravizada chamada Betsy, que sofria de incontinência urinária.Depois, veio uma terceira mulher cativa – Lucy, de 18 anos, que tinha uma fístula na bexiga, segundo sua autobiografia.Até então, Sims não estava interessado nos procedimentos ginecológicos – a maioria deles, um mistério na época.
Eles foram ver Betsy, que estava para receber alta. Sims então testou sua teoria com ela – e funcionou.Entusiasmado, ele pensou que tudo seria muito simples. Tudo o que ele precisava fazer era fechar a abertura cirurgicamente. Naquele ponto, ele já havia estabelecido seu próprio hospital e decidiu acrescentar outro andar, o que resultou em 16 leitos – 4 para servidores e 12 para pacientes.
Anarcha passou aos cuidados do médico. Ou seja, ele foi autorizado legalmente a fazer qualquer coisa com ela, sem importar a vontade nem o pensamento da paciente.Inicialmente, outros médicos o ajudaram, ansiosos para presenciar o novo procedimento. Mas, como escreve o próprio Sims, "dois ou três anos de fracassos constantes e esforços infrutíferos fizeram com que meus amigos se cansassem".
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