Em 1973, então ministro da Fazenda lançou campanha com apelo ao público feminino para segurar escalada dos preços: 'Mulher fica mais bonita quando pechincha e faz beicinho'.
Em 1973, então ministro da Fazenda lançou campanha com apelo ao público feminino para segurar escalada dos preços: "Mulher fica mais bonita quando pechincha e faz beicinho".O economista Delfim Netto estava em seu último ano como ministro da Fazenda da ditadura militar quando, em abril de 1973, ele pessoalmente lançou a campanha "Diga não à inflação".
"Só será possível atingir a meta com o apoio do consumidor, preferindo o comerciante que venda mais barato e ainda com a ajuda dos industriais e comerciantes", disse o então ministro da Fazenda.A campanha buscava atingir as mulheres do país, então consideradas as grandes consumidoras de roupas, eletrodomésticos e as encarregadas de ir às compras para abastecer os lares.
O tom machista da campanha, veiculada há mais de 50 anos, não trazia desgaste nenhum. Diretora do Instituto Superior de Cultura Feminina, a professora Cléo Amaral Fontoura aderiu à convocação oficial. Em entrevista ao GLOBO, ela disse que seria possível "boicotar" certos produtos até que seus preços fossem reduzidos. Frisava ainda a importância de se substituir produtos caros outros mais baratos.
Também entrevistado pelo jornal na época, o presidente da Associação Comercial do Rio, Raul de Góis, garantiu que o setor estava disposto a colaborar com a campanha de Delfim. Mas, para ele, o primeiro passo deveria ser dado pelo governo. "Aplaudimos a ideia, porém esclarecemos que os aumentos são decorrentes de elevações estabelecidas pelo próprio governo nas suas áreas de serviços e impostos.
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