O Banco Central realiza intervenções no mercado de câmbio para conter a valorização do dólar, motivado pela desconfiança na política fiscal do governo e risco de desidratação do pacote de cortes de gastos.
O Banco Central voltou a vender dólar es à vista, em um segundo leilão extraordinário do dia, após a moeda americana se aproximar de R$ 6,20. O aumento da desconfiança com a política fiscal do governo, alimentado pela crítica do presidente Lula à alta da taxa básica de juros (Selic) em entrevista no fim de semana, e o risco de desidratação das medidas de cortes de gastos enviadas ao Congresso pressionaram o câmbio e os juros futuros. Esse cenário torna a política monetária praticamente inócua.
Ou seja, mesmo com a venda de dólares no mercado, o Banco Central não consegue mexer no valor da moeda. Em ata, o BC diz que a reação ao pacote fiscal tornou o cenário mais adverso e alerta sobre PIB forte e dólar alto. Foram apresentadas duas ofertas: uma de US$ 3 bilhões, com compromisso de recompra (o chamado leilão de linha), que já estava programada deste sexta-feira, e um à vista, sem garantia de recompra, no total de US$ 1,627 bilhão. Foi a maior intervenção no mercado à vista desde 24 de abril de 2020, um mês após o início da pandemia de Covid. O pacote apresentado pelo governo tornou o cenário inflacionário mais adverso, o que gera a necessidade de uma resposta mais dura em termos de nível de juros
Banco Central Dólar Política Fiscal Juros Inflação
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