O Observatório Cidadão para Saúde (OCS) manifesta o seu pesar pelo desaparecimento físico da influente activista e defensora dos Direitos Humanos em Moçambique, Alice Mabote.
Mabote, advogada de renome e figura incontornável na Sociedade Civil Moçambicana, perdeu a vida, na passada quinta-feira, 12 de Outubro de 2023, na República da África do Sul, vítima de doença prolongada. Ela encontrava-se naquele país vizinho em tratamento e morre aos 74 anos.
O OCS endereça os seus profundos pêsames à família enlutada e à sociedade moçambicana no geral, reconhecendo o contributo de Mabote na construção de um Moçambique melhor, através da sua pujança e conhecimentos jurídicos.
Mabota foi uma figura incontornável na defesa dos Direitos Humanos, tendo trabalhado e erguido a sua voz contra as injustiças, a corrupção e outros males que afligem a sociedade moçambicana. De uma coragem única, dedicou a vida liderando várias manifestações em defesa da paz e contra as desigualdades sociais, tendo sido várias vezes ameaçada por figuras ligadas ao regime.
Foi com esta coragem que se tornou a primeira mulher no país, em 2019, a candidatar-se à Presidente da República de Moçambique.Em 1995, depois de ter trabalhado na Administração do Parque Imobiliário do Estado e Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica, fundou a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, pensando na defesa das camadas mais vulneráveis da população.
Na liderança desta organização, interventiva e de mediação de processos delicados, Mabota se destacou na denúncia de violação de direitos humanos e corrupção. Por causa desta luta, ela foi distinguida, em 2010, nos Estados Unidos da América, com o Prémio Internacional de Mulheres de Coragem.
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