Em plebiscito histórico, os australianos decidiram rejeitar uma proposta que reconheceria os indígenas na Constituição do país e daria mais direitos aos povos originários, como a criação de um órgão que teria de ser consultado sobre decisões do governo.
A população da Austrália rejeitou um plano para dar mais direitos e poderes aos povos indígenas do país em plebiscito realizado neste sábado .
Segundo eles, a proposta levaria a melhores condições de vida para os aborígenes e os habitantes das ilhas do Estreito de Torres, que tem expectativa de vida mais baixa e resultados de saúde e educação piores do que outros australianos, em termos proporcionais. Em pronunciamento, o Albanese afirmou que respeitava a votação e “o processo democrático que a concretizou”.
O principal defensor do Não, Warren Mundine, afirmou: "Este é um plebiscito que nunca deveríamos ter realizado porque foi construído sobre a mentira de que o povo aborígine não tem voz."“Nossa liderança indígena se expôs nesse processo... Vimos uma campanha repugnante do Não, que foi desonesta, que mentiu para o povo australiano”, disse o defensor do Voice, Thomas Mayo, à ABC.
O plebiscito marcou a 45ª vez que a Austrália tentou alterar o seu documento fundador – mas apenas oito propostas foram aprovadas. Os maiores especialistas na Constituição do país contestaram essas reivindicações, argumentando que o Voice não teria conferido direitos especiais a ninguém. “Esta não é a nossa Constituição, ela foi desenvolvida em 1901 por um bando de velhos brancos, e agora estamos pedindo às pessoas que nos coloquem lá. Não, obrigado”, disse Thorpe, reagindo ao resultado deste sábado.