Um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre as mudanças no monitoramento de transações bancárias atingiu milhões de visualizações nas redes sociais em um dia, gerando uma crise para o governo Lula. O vídeo explora o temor de uma possível taxação do Pix, apesar das desmentidos de autoridades.
Um vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos parlamentares da oposição mais influentes na internet, alcançou mais de 100 milhões de visualizações nas redes sociais em apenas 24 horas. O vídeo intensificou a pressão sobre o governo Lula. A gestão petista tem sido bombardeada nas plataformas digitais devido às mudanças implementadas a partir de 1º de janeiro deste ano no monitoramento de transações bancárias.
Ocorre que essas mudanças foram interpretadas pela oposição como uma possibilidade de taxação de usuários do popular sistema de pagamento Pix.Essa crise em torno do Pix já obrigou o próprio presidente Lula e autoridades como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a desmentir publicamente a existência de qualquer plano de taxação. No entanto, o temor se espalhou de forma tão rápida que comerciantes já se recusam a receber pagamentos pelo Pix. No vídeo, Nikolas Ferreira, vestido de preto, com fundo preto e uma trilha musical tensa, apresenta informações corretas, mas também muitas especulações (como a de que não duvida que o Pix seja taxado num futuro próximo) e críticas enviesadas ao governo. Ele alega que a gestão prometeu isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais, mas não cumpre essa promessa. Na verdade, o governo já propôs essa medida ao Congresso, que pode ser votada este ano para valer em 2026. Ferreira também dispara críticas genéricas, afirmando que o governo não se preocupa com quem tem renda mensal baixa. Ao longo do vídeo, ele busca conectar com trabalhadores informais e pequenos comerciantes, alegando que são os principais alvos de uma suposta busca incessante por arrecadação do governo. O deputado aproveita a tentativa da Receita Federal de ampliar a fiscalização sobre movimentações financeiras para criticar o trabalho de Lula em outras áreas. 'O governo quer saber como você ganha R$ 5.000 e paga R$ 10.000 de cartão, mas não quer saber como uma pessoa que ganha um salário mínimo faz para sobreviver pagando luz, moradia, educação, compra do mês e gastos', diz. Finalizando, pede o impeachment de Lula, afirmando que 'Se a gente não parar o Lula, ele vai parar o Brasil'. Segundo ele, a viralização do vídeo é a 'revolta do Pix'. A oposição busca popularizar a expressão 'impixment'. O vídeo colocou Nikolas Ferreira entre os temas mais comentados do X (antes Twitter) e entre os assuntos mais buscados no Google.Reação do governo A crise do Pix, que se torna cada vez mais aguda para o governo, coloca o novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, que tomou posse na terça-feira, 14 de junho, diante de uma missão desafiadora. É provável que o governo lance uma campanha publicitária oficial para tentar minimizar os danos causados pela medida. Em seu discurso de posse, Sidônio Palmeira já sinalizou que combater visões negativas e falsas contra o governo, disseminadas nas redes sociais, será uma de suas prioridades. 'A mentira nos ambientes digitais, fomentada pela extrema direita, cria uma cortina de fumaça da vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade', afirmou.No dia seguinte à postagem do vídeo de Nikolas Ferreira, o deputado André Janones (Avante-MG), aliado do governo e também com boa presença nas redes sociais, reagiu. Ele publicou uma declaração do ex-ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, defendendo a taxação de transações digitais. 'O que Nikolas Ferreira não está te contando é que realmente existiu a possibilidade de o Pix ser taxado, mas foi durante o governo Bolsonaro. Ainda bem que Lula venceu a eleição de 2022 e NUNCA vai taxar o PIX. Não caia em mentiras criadas por esses canalhas!', postou Janones
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