A Organização dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) é alvo de críticas e controvérsias. Apesar de destinar bilhões para países em desenvolvimento, suas ações, como o programa de esterilização no Peru e os acordos de assistência técnica com o Brasil durante a ditadura militar, geram debate.
A Organização dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional ( USAID ), que destina valores bilionários para países em desenvolvimento em todo o mundo, também é alvo de polêmicas. Entenda. O presidente Donald Trump anunciou que concordou em fechar a agência. 'Não é uma maçã com um verme dentro. O que temos aqui é um monte de vermes. É preciso se livrar de tudo. Não há conserto. Vamos encerrar isso', disse Musk. A organização surgiu na gestão do então presidente John F.
Kennedy, em 1961, por meio da Lei da Assistência Estrangeira, com objetivo de unificar instrumentos assistenciais dos Estados Unidos. O país vinha promovendo programas de ajuda externa desde o fim da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria. Os Estados Unidos destinaram, por meio da USAID, um total de US$ 72 bilhões (quase R$ 421 bilhões, na cotação atual) em 2023. Os recursos do programa são definidos pelo Congresso dos EUA, em conjunto com o Gabinete Executivo da Presidência. Além da ajuda humanitária, o objetivo do programa é enviar recursos para áreas de economia, agricultura, saúde de países em desenvolvimento. No entanto, é alvo de críticas, uma vez que as ajudas estão atreladas a interesses de política externa do país.Por exemplo, os acordos de assistência técnica entre a USAID e o Brasil durante a ditadura militar são um caso emblemático. Os acordos, que tiveram início em 1964, visavam 'implmentar convênios de assistência técnica e cooperação financeira à educação brasileira', de acordo com artigo da Unicamp. Todos os acordos ocorreram no período da ditadura militar, e estabeleciam medidas como o ensino da língua inglesa desde a primeira série do primeiro grau (1º ano do ensino fundamental I, pela regra atual) e influenciar os sistemas de ensino básico e universitário. Esse acordo foi alvo de críticas e elogios. As críticas eram sobre os interesses dos EUA em influir na educação brasileira no contexto da ditadura, segundo livro 'USAID e a Educação', de José Oliveira Arapiraca, além da redução ou exclusão de matérias como história, filosofia e educação política para inserir outras como educação moral e cívica, segundo o advogado e ex-deputado federal pelo MDB na época do regime militar, Márcio Moreira Alves. Esse ponto foi modificado pelo Projeto de Lei nº 3.675/04, transformado na Lei Ordinária 11.274/2006, durante o governo Lula, que passou a abranger a classe de alfabetização com matrícula obrigatória aos 6 anos e anterior à 1ª série. Entre os elogios, estão a influência da implementação da reforma universitária em 1968 no Brasil, que estabeleceu regras para o ensino superior no país e foi responsável por introduzir cursos de especialização e de extensão (pós-graduação) no país, segundo artigo publicado no Volume 17 da Revista Brasileira de História da Educação.Outro exemplo de polêmica envolvendo a USAID são as ações de planejamento familiar no Peru durante os anos 90. Um programa de esterilização involuntária, com auxílio do então presidente Alberto Fujimori, entre 1995 e 2000, foi alvo de acusações de violação de direitos humanos. Segundo investigações da subcomissão do Congresso do Peru, as medidas se aplicavam especialmente contra mulheres indígenas e de baixa renda do país. O envolvimento da USAID é rebatido por uma outra investigação feita pela ala republicana de direita religiosa do Congresso dos EUA. Segundo o Ministério da Saúde do Peru, nesse período 331.600 mulheres e 25.590 homens foram esterilizados. Além disso, documentos revelados em 2017 pelo The Intercept detalhavam ações do governo dos EUA na embaixada americana em território venezuelano.
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