Bolsonaro fracassa na construção de uma nova sigla e deve voltar para o PSL, legenda que sempre quis controlar
Dentro dessa articulação para dominar totalmente a agremiação, os deputados contrários a Bolsonaro estão sendo expurgados. Vários deles, comoe Júnior Bozzella, estão sendo empurrados para fora da legenda e deverão ingressar no PSDB ou MDB, como ISTOÉ apurou com exclusividade. Hoje, a bancada de 52 deputados já é dominada pelos governistas. Eles ocupam as presidências das principais comissões da Câmara.
Em outros estados, as negociações seguem o mesmo enredo. Na Bahia, a deputada Dayane Pimentel perderá a presidência para o deputado Elmar Nascimento, que está saindo do DEM para liderar a agremiação e ser candidato a governador, com apoio de Bolsonaro. As trocas continuam no Rio de Janeiro. Lá, o atual presidente estadual, deputado Sargento Gurgel, disse que não vê problema em mudar a direção para beneficiar Bolsonaro.
A influência de Flávio dentro do governo possibilita a reaproximação com o PSL. Ele foi beneficiado pelo ministro do STJ João Otávio de Noronha em decisões sobre o processo das rachadinhas do senador. O ministro é apontado como o preferido do filho de Bolsonaro para assumir a próxima vaga do STF. Noronha é pai do advogado Otávio Noronha, que divide o escritório em Brasília com Antônio de Rueda.
Segundo parlamentares, a gota d´água no desentendimento entre Bivar e Bolsonaro aconteceu, em 2019, quando o presidente deixou a legenda, afirmando que o deputado “está queimado para caramba”. Neste mesmo dia editou a MP 904/2019, que extinguia o DPVAT. Bivar foi prejudicado por ser acionista da Companhia Excelsior de Seguros, que gerencia recursos do seguro obrigatório.