Irlandês de 27 anos esperava três horas por conclusão do atendimento quando deixou a unidade pública de Faro. Faleceu na volta a Dublin em menos de 48h: “É uma situação comum o abandono de doentes na recepção”, diz o advogado
Com a cabeça apoiada nos braços, sobre uma mesa, Robert Patrick Byrne espera o voo em Faro: ele morreria poucas horas depois — Foto: Reprodução para Portugal GiroGiro que a família do turista irlandês Robert Patrick Byrne vai processar o Hospital de Faro, unidade do Serviço Nacional de Saúde , por responsabilidade civil e danos morais.
Robert recebeu o atendimento inicial às 10h35m sob a responsabilidade de uma médica, que assinalou a queixa no relatório: “Dor abdominal com início esta noite após consumo de bebidas alcóolicas e história de um episódio de vômito alimentar”. Houve duas chamadas para ele ir ao consultório médico: a primeira às 13h30m e 14h45m. Mas Robert, que segundo Martins disse, aguardava na recepção, resolveu deixar o hospital e voltar para a casa onde os amigos estavam, em Faro. Recebeu alta por abandono.
— O hospital identificou, tanto que, no laudo o médico, coloca a suspeita da peritonite, dando a entender que era isso, pelos exames e pelo relato da equipe que foi em casa. A negligência não foi no diagnóstico, mas no tratamento, que tinha que ser imediato. Peritonite tem que correr para o centro cirúrgico e não ficar três horas na recepção esperando.
Ao voltar para a companhia dos amigos em Faro, Robert permaneceu a maior parte do tempo deitado no sofá e precisava de ajuda para caminhar, mostram os vídeos feitos pelo grupo.