Tupinambás reencontram manto sagrado que ficou na Europa por mais de 300 anos; veja fotos

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Tupinambás reencontram manto sagrado que ficou na Europa por mais de 300 anos; veja fotos
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Retorno do artefato, que estava na Dinamarca desde o século XVII, significa uma reparação histórica e o prenúncio para a demarcação do território indígena de Olivença, na Bahia

Retorno do artefato, que estava na Dinamarca desde o século XVII, significa uma reparação histórica e o prenúncio para a demarcação do território indígena de Olivença, na BahiaCerimônia oficial acontecerá no Museu Nacional e contará com a presença do presidente Lula — Foto: Fabiano Rocha / Agência O GloboPovo tupinambá reencontra manto sagrado na Bahia, após mais de 300 anos na Dinamarca.

Com 1,80 metros de comprimento e confeccionado com penas vermelhas de guará, o manto é uma herança dos povos originários — Foto: Divulgação / Museu Nacional da Dinamarca — O manto é muito maior que a gente. Ele foi roubado pelos governos europeus. A doação do museu da Dinamarca não foi um favor — protestou o cacique Sussuarana Tupinambá, na coletiva de imprensa.

— É um ancestral Tupinambá e tem uma ligação muito forte com seu povo. A chegada desse símbolo traz uma possibilidade de repensarmos o passado. Nós, brancos, temos uma dívida impagável. Eles têm muito a nos ensinar. O manto ficará sob a guarda do Museu Nacional, mas é do povo tupinambá — conta o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, em entrevista ao GLOBO.

Segundo Eliel Benites, do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do MPI e coordenador do GT, a demanda inicial dos trabalhos foi realmente a devolução do manto. "A partir daí surgiu um debate mais amplo sobre como outros artefatos, que foram levados durante a colonização, poderiam ser repatriados", disse Benites.

— Penso ser um momento emblemático para fortalecer as políticas públicas de memória e para o protagonismo indígena. Se por um lado tivemos um esforço institucional que envolveu os museus e os governos do Brasil e Dinamarca, por outro não podemos esquecer que, desde a mostra em São Paulo, havia uma demanda por parte dos tupinambás para que esse manto regressasse ao Brasil. O direito à memória faz parte desse processo — afirma Russi, ao GLOBO.

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