Parlamentares bolsonaristas dizem acreditar que chegada de Trump ao governo dos EUA pode ajudar retorno da direita no Brasil
Trump e Bolsonaro se encontraram em 2019. Bolsonaristas apostam em posse de Trump para que movimento de direita no Brasil mantenha relevância doméstica e internacional"Estou me sentindo uma criança novamente com o convite de Trump. Estou animado. Não tomo mais nem Viagra". Foi assim que o ex-presidente Jair Bolsonaro descreveu ao jornal americano The New York Times como se sentia ao ter sido convidado para a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Bolsonaro e sua defesa alegam que ele não praticou nenhum ato ilegal nos casos em que é investigado ou no que foi indiciado. Dizem que ele é alvo de uma perseguição política perpetrada por adversários e por setores do Poder Judiciário brasileiro, entre eles, o próprio STF. Apesar disso, há certo ceticismo sobre até que ponto essa proximidade poderá levar, por exemplo, à reabilitação dos direitos políticos de Bolsonaro ou qualquer efeito prático.Em novembro de 2024, quando a vitória do republicano nas urnas se confirmou, Bolsonaro e seu entorno já ventilavam essa esperança.
Uma das arenas em que essa dinâmica se dará é a disputa entre big techs americanas e as instituições brasileiras que tentam regulamentar o funcionamento das redes sociais no Brasil. Elon Musk, dono do X, é hoje um dos principais influenciadores das políticas de Trump, que tem recebido apoio de outros empresários do setor, como Mark Zuckerberg.
"Coisas como não liberar o presidente Bolsonaro para vir à posse vão fazer com que os investidores americanos vejam o Brasil com certa desconfiança. Eles terão o pé atrás com o Brasil e isso trará prejuízos econômicos. Isso vai afetar o Brasil e desgastar o governo. E à medida que afeta o governo, cria condições para que a direita volte com mais força", disse o parlamentar.
Trump se elegeu tendo por principal financiador o bilionário Elon Musk, dono da plataforma X, que chegou a ser suspensa no Brasil no ano passado depois que Musk se recusou a cumprir ordens judiciais do ministro Alexandre de Moraes e do colegiado do Supremo Tribunal Federal. No Congresso americano, parlamentares republicanos chegaram a apresentar dois projetos de lei no ano passado que previam punições, como sanções e cortes de financiamento, a entidades estrangeiras que se envolvessem no que os projetos legislativos qualificavam como censuras ou atentados à primeira emenda da constituição dos EUA, que assegura liberdade de expressão irrestrita.
Segundo o diário, Bolsonaro demonstrou ainda satisfação em ver a recente guinada de Mark Zuckerberg, o CEO da Meta, a quem pertence o Facebook, o Instagram e o Whatsapp, em direção ao caminho de Musk. Depois da vitória de Trump, ele foi a a Mar-a-Lago prestigiar o republicano — que o chamou de seu"presidente favorito" e tem trocado experiências de cortes de gastos públicos com Musk, que vai chefiar o esforço de austeridade no time de Trump.
Estudioso dos movimentos de direita radical, Casarões concorda:"A relação da família Bolsonaro e do movimento bolsonarista com o Milei é de cooperação muito intensa até porque, de certa maneira, o Milei se sente, em parte, devedor à família Bolsonaro por sua ascensão e sua inserção internacional uma vez eleito presidente da Argentina".
Em 2016, Trump venceu as eleições norte-americanas defendendo ruptura com a chamada"velha política" e implementou um estilo de comunicação e de governo que foi, posteriormente, incorporado por Bolsonaro. Ao longo de seus mandatos, tanto Bolsonaro quanto Trump reforçaram seus discursos nacionalistas e conservadores, defenderam a flexibilização de políticas ambientais, declararam-se contrários ao que chamaram de"ideologia de gênero" e acusaram opositores de ameaçarem a soberania nacional.
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