O presidente americano Donald Trump inaugurou sua presidência com um discurso focado em 'EUA em Primeiro Lugar', sinalizando a possibilidade de uma postura mais protecionista em relação à economia global. A China, o maior parceiro comercial dos EUA, observa com cautela as ações do novo governo, buscando entender como a relação bilateral se desenvolverá em um cenário de maior tensão comercial.
Após as cerimónias de posse, um dos primeiros atos de Trump no cargo foi conceder um adiamento de 75 dias da proibição da rede social chinesa TikTok. Trump estaria planejando visitar a China este ano e ter antes uma conversa por telefone com Xi Jinping, sinalizando possivelmente laços bilaterais mais calorosos, embora alguns tenham alertado que ainda há muito a ser determinado.
Apesar de suas ameaças de campanha de impor tarifas comerciais de até 60% à China, Trump não mencionou isso em seu discurso de posse. A única referência explícita à China foi no contexto da retomada do controle sobre o Canal do Panamá, onde uma unidade do conglomerado CK Hutchison Holdings, de Hong Kong, opera portos nas duas pontas do canal. Após as festividades, um dos primeiros atos de Trump no cargo foi conceder ao aplicativo chinês de compartilhamento de vídeos TikTok um adiamento de 75 dias de uma proibição ordenada por um tribunal americano. Isso veio no bojo das reportagens publicadas pela imprensa no fim de semana, de que Trump quer visitar a China nos primeiros 100 dias de seu mandato, e de um telefonema com o presidente chinês Xi Jinping na sexta-feira. Pequim enviou o vice-presidente Wang Qishan para assistir à cerimônia de posse, um gesto incomum.A Citic Securities, uma corretora de valores chinesa, disse que o discurso de Trump e as ordens executivas mostram que seu foco está especialmente no âmbito interno. “No curto prazo, acreditamos que Trump dará prioridade aos assuntos internos, com um período de comunicação e sondagem na política EUA-China”, escreveram especialistas liderados por Frank Tsai, fundador e executivo-chefe da consultoria China Crossroads, baseada em Xangai. Frank Tsai, observou que “há agora esperança na China de que Trump possa colocar as relações em um novo rumo”. Os chineses “sabem que ele é completamente pragmático e respeitam o fato de ele ser um ‘homem de negócios’, portanto eles sentem que mais questões estão sobre a mesa”, disse Tsai, “incluindo uma troca de concessões envolvendo Taiwan e a proteção dos interesses estratégicos e de segurança da China na região do Pacífico”. A postura de Trump em relação a Taiwan – uma democracia insular que Pequim reivindica como território – está sendo observada de perto, depois que ele sugeriu durante a campanha que Taipé deveria pagar aos EUA por sua defesa. “Nossas preocupações em democracias liberais com a política externa de ‘EUA em primeiro lugar’ de Trump e a corrosão das instituições políticas nacionais ressoam muito menos entre os chineses, mesmo que em seu benefício, pois sua política externa é realista até a medula e eles não têm essas instituições nacionais”, disse Tsai. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse nesta terça-feira que os benefícios e resultados mútuos são a essência da cooperação econômica bilateral. “Espera-se que os EUA trabalhem com a China para promover o desenvolvimento estável, saudável e sustentável das relações econômicas e comerciais entre a China e os EUA”, disse ele, segundo a mídia estatal
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