Donald Trump inicia seu segundo mandato com um grupo de aliados que defrontam questões como imigração e relações com a China. No time, nomes como a governadora Kristi Noem e o ex-oficial do ICE Thomas Homan prometem medidas controversas, enquanto outros senadores como Marco Rubio reforçam a linha dura em relação a países como China e Rússia.
Donald Trump deve começar a colocar suas ideias e promessas de campanha em prática no próximo dia 20 de janeiro, quando toma posse como novo presidente dos Estados Unidos. Mas ele não fará isso sozinho. A seu lado estará um primeiro escalão encarregado de cuidar de suas principais políticas em temas como imigração, economia e relações exteriores. Um grupo que conta com uma fazendeira da Dakota do Sul, um desertor do Partido Democrata e o homem mais rico do mundo.
Os nomeados para os cargos com maior poder compartilham a lealdade ao comandante-chefe, mas também trazem suas próprias ideias sobre como concretizar a agenda de Trump. Proteger as fronteiras e expulsar as pessoas que entrarem ilegalmente nos Estados Unidos é uma das maiores promessas de campanha de Donald Trump. Ele prometeu a maior deportação da história americana – e algumas pesquisas indicam que o apoio a esta medida vem aumentando. Ainda não se sabe, contudo, como isso funcionaria na prática, nem como serão cobertos seus custos.A governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, foi nomeada como secretária do Interior. Congressista de quatro mandatos, Noem assumiu o governo da Dakota do Sul em 2018. Ela atraiu a atenção do país com sua declarada rejeição à obrigação de uso de máscaras e às medidas de lockdown durante a pandemia de covid-19. Em meio à pandemia, Noem comemorou o 4 de Julho (data da independência dos Estados Unidos) ao lado de Donald Trump no Memorial Nacional do Monte Rushmore em seu Estado. Noem se recusou a aceitar refugiados afegãos e foi a primeira governadora a enviar membros da guarda nacional do seu Estado para o Texas, para ajudar na proteção das fronteiras. 'Esta é a maior vulnerabilidade de segurança nacional deste país desde o 11 de Setembro, e precisamos resolvê-la.'O ex-oficial do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos) Thomas Homan será o novo chefe do escritório de Segurança Interna. Homan já dirigiu o ICE e foi um dos primeiros a defender a separação das crianças dos seus pais ou cuidadores que cruzassem a fronteira sem documentação. A medida foi uma das políticas de imigração mais controversas do primeiro mandato presidencial de Trump. Ele atua regularmente como comentarista em canais de TV jornalísticos conservadores e assumiu posição de confronto contra os políticos democratas que não estão dispostos a cooperar com as medidas federais de prevenção à imigração ilegal. Ao lado da economia, as pesquisas indicaram repetidamente que a imigração e a fronteira com o México eram as principais preocupações de muitos eleitores. A indicação de Homan e Noem para o comando – ao lado de outro linha-dura, Stephen Miller, encarregado da política de fronteiras – sugere que Trump fala sério quando o assunto é cumprir suas promessas. Mas as deportações em massa e as batidas nos locais de trabalho poderiam colocar o presidente em curso de colisão com os Estados e jurisdições de inclinação democrata, que podem reagir ou decidir não cooperar. E até alguns Estados republicanos – cujas economias dependem, em parte, da mão de obra dos imigrantes – podem questionar as medidas. Se as famílias forem separadas novamente, como ocorreu no primeiro mandato de Trump, ou cidadãos americanos forem deportados ao lado de parentes sem documentos, a opinião pública pode mudar rapidamente.
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