Bactérias que se alimentam de metais vêm corroendo lentamente a estrutura de aço do Titanic. Agora, essa estrutura começa a entrar em colapso.
Bactérias que se alimentam de metais vêm corroendo lentamente a estrutura de aço do Titanic. Agora, ela começa a entrar em colapsoQuando afundou com seus 269 metros de comprimento, na noite escura de 14 de abril de 1912, o navio se rompeu em duas partes, lançando uma chuva de detritos por cerca de 3,8 km, até os sedimentos do leito do oceano.
Espalhado por mais de 2 km entre a parte de trás da popa e até além da proa, fica um conjunto de pertences, equipamentos, acessórios, carvão e partes do navio, que caíram enquanto o Titanic afundava. Sobre o leito do oceano, o Titanic enfrenta pressões da água de cerca de 40 MPa – 390 vezes mais altas que as da superfície. Mas, como não há mais bolsões de ar no navio, é improvável que ocorram novas implosões catastróficas.
"A queda do segmento das grades, que ainda estava no lugar em 2022, quando estive nos destroços com a Magellan, e o colapso do teto do banheiro do capitão ocorrido anos antes são alguns exemplos", explica ele. Diversas bactérias que oxidam o ferro do navio, além de outras produtoras de ácidos, estão se alimentando das superfícies metálicas. E outros micróbios que consomem a corrosão produzida pelos primeiros também foram encontrados se multiplicando pelos destroços.
Os cientistas acreditam que a popa do navio tenha acumulado maiores níveis de danos durante o naufrágio, fazendo com que ela se deteriorasse 40 anos mais rápido que a seção da proa. Com um veículo operado por controle remoto, Cameron descobriu que o trabalho de carpintaria em teca e mogno no spa foi preservado de forma incomum, já que os banheiros ficavam em local profundo dentro do navio e, por isso, ficaram livres de oxigênio.
À medida que estas colônias de bactérias se deliciam com o aço do Titanic, elas deixam para trás rastros de corrosão que "florescem" verticalmente ao longo das linhas do campo magnético da Terra, explica El-Khouri.A imensa quantidade de metal rico em ferro levada pelo Titanic para o fundo do mar criou um ecossistema incomum à sua volta.
"Os destroços do Titanic se comportam essencialmente como um grande oásis de ferro no leito do oceano – uma fonte de 46 mil toneladas de ferro na forma de um antigo cruzeiro de luxo", segundo El-Khouri. Ao todo, os cientistas estimam que o Titanic esteja perdendo cerca de 130 a 200 kg de ferro das suas formações de crosta todos os dias. Por isso, estimativas indicam que o ferro da proa do navio poderá se dissolver totalmente em 280 a 420 anos.
Sabe-se que parte dos destroços do Titanic fica perto de um trecho de leito oceânico afetado por um fluxo de água fria em direção ao sul. Este fluxo é conhecido como a Corrente de Contorno Oeste Profunda. Nenhuma destas correntes é considerada particularmente forte, mas elas ainda podem criar distúrbios, que farão com que os destroços se desfaçam à medida que se enfraquecerem.
"Calculo que as partes mais simbólicas do navio, como a sua superestrutura – a grande escadaria, a sala Marconi e os aposentos dos oficiais –, desapareçam perto do ano 2100, o que irá dificultar o pouso de submersíveis sobre o Titanic", afirma Anthony El-Khouri.
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