Opinião | Renata Coutinho, doutoranda em Direito do Trabalho pela PUC-SP, escreve sobre a cor e o gênero do trabalho terceirizado
Terceirizar “é um braço da escravidão”, afirma Paloma Santos – Secretária de Promoção de Igualdade Racial da CONTRACS, ex-Presidenta e atual Diretora do Sindilimpeza“Quando conseguimos fazer Assembleia com esses trabalhadores, a cor é nítida. Mas, quando fazemos Assembleia com o Sindicato Patronal, a cor também é nítida: eu sou a única mulher naquele local e a única pessoa negra ali. É visível, essa categoria tem cor”.
Em um país de herança escravocrata, trabalho precário tem destino, setor, atividade, mas, antes disso, tem raça e gênero.
“Temos trabalhadores formados, que conhecem o trabalho como qualquer outro, que poderiam estar num cargo de gerente, e não. Nós indicamos pessoas negras para esses cargos, elas passam pelo processo de entrevista, mas, quando você vai ver, eles não pegam, não contratam. Agora, se for para ser auxiliar de limpeza, eles contratam.
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