A empresa World, que paga em criptomoeda por escanear a íris de pessoas, pode continuar a operar no Brasil após conseguir um recurso de efeito suspensivo. A ANPD vai analisar o caso, mas enquanto isso, a World pode continuar as suas atividades.
Uma startup, a World , que está a digitalizar a íris de pessoas em todo o mundo em troca de uma remuneração em criptomoeda, pode continuar a operar no Brasil . A empresa conseguiu um recurso de efeito suspensivo, pelo menos, para prolongar a sua presença no país por mais algum tempo. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados ( ANPD ), órgão responsável por supervisionar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados ( LGPD ) no Brasil , vai analisar o caso de forma oficial.
Até que uma decisão seja tomada, a World foi autorizada a continuar as suas operações sem qualquer alteração no processo. Até o momento, não há um prazo definido para a ANPD emitir um parecer sobre o assunto.No final de janeiro, a companhia teve as suas atividades proibidas pela ANPD — tanto a coleta da íris, como o pagamento dos voluntários com tokens. No entanto, ela continuou a operar normalmente em São Paulo enquanto o prazo estava a correr e apresentou o recurso para suspender a decisão. A polêmica em torno da World, presente no país desde novembro de 2024 com atividades apenas em São Paulo, é gerida pela empresa Tools for Humanity e tem como principal envolvido Sam Altman, o cofundador e CEO da OpenAI, dona do ChatGPT. Vários locais em São Paulo registaram filas nas últimas semanas, com muitas pessoas dispostas a entregar a imagem “única” da íris em troca de uma criptomoeda ligada ao projeto.A ideia de Altman é escanear a íris do maior número possível de pessoas e gerar um tipo de passaportes digitais ou carteira de identidade que sirva como autenticador em serviços online e offline. A ferramenta também funciona como um banco digital para pagamentos e transferências. Ao fazer o escaneamento numa máquina, o voluntário recebe na sua carteira digital do app uma certa quantidade de ativos digitais que podem ser vendidos por reais. Esta bonificação foi vista pela ANPD como irregular, pois seria um importante motivador para atrair a população a uma tarefa que envolve a entrega de dados sensíveis — algo que deve ser livre e devidamente informado aos envolvidos. De acordo com dados do projeto, já são mais de 23 milhões de pessoas registradas com um World ID criado. No final do mês, foi lançado também o World ID Credential, um aplicativo para dispositivos móveis que concentra as criptomoedas e as formas de verificação dos cadastrados
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