A BBC conversou com mulheres árabes de várias origens sociais sobre o impacto que suas noites de núpcias tiveram em seus casamentos G1
Em vários países árabes e muçulmanos, espera-se que mulheres sejam virgens antes de se casarem. — Foto: Getty Images/BBC
A resposta? A maioria dos entrevistados equiparou "manchas de sangue à castidade e prova da virgindade da noiva", que, segundo eles, era o alicerce de uma vida conjugal feliz, baseada na confiança e na compreensão. Apesar da rejeição de sua família, dado que ela ainda não havia se formado e conseguido a casa própria, Somayya não desistiu do que queria.
A maioria das mulheres sangra, em graus variados, durante o rompimento do hímen, mas, segundo médicos e especialistas, o sangramento não ocorre necessariamente com todas as mulheres. "Ele nem tentou falar comigo. Me senti abandonada. Era como se fosse uma criminosa aguardando julgamento. Antes do casamento, tínhamos falado sobre muitas coisas", acrescenta ela, "até a nossa noite de núpcias, que deveria ser a melhor noite de nossas vidas".
Isso inclui exibir a parentes dos noivos os lençóis ensanguentados e realizar uma cerimônia especial para marcar o significado da "confirmação". Ao explicar por que demorou um pouco para pedir o divórcio, Somayya diz: "Meu marido se tornou um estranho para mim. Fiquei angustiada por ele reproduzir o discurso da sociedade sobre a virgindade. Não pude prever o que ele faria em seguida. Tudo poderia acontecer. Não podia mais ter certeza do meu bem-estar ao lado de alguém que desfez [uma relação de] vários anos em questão de segundos".
Mais tarde, crianças e famílias são afetadas pela falta de abertura para discutir o assunto de forma livre e franca. "Infelizmente", continua al-Hamid, "muitas pessoas pensam que sabem muito sobre o estado psicológico e fisiológico de uma mulher recém-casada, mas o contrário é comprovado por inúmeras experiências".
Depois que sua família se recusou a apoiá-la em buscar o divórcio, descrevendo sua lógica como "mesquinha e trivial", Somayya deixou a Síria em junho passado e se mudou para a Europa.Jumanah viveu a maior parte de sua vida na Síria, no bairro al-Bab de Aleppo, no sul do país, antes de se mudar para Bruxelas, na Bélgica, em 2016."Tinha 19 anos quando meu pai decidiu que eu me casaria com meu primo, contra a minha vontade.
"Ele fechou a porta e disse que deveríamos nos apressar, pois os anciãos da família estavam esperando a verificação". "Lembro-me do médico que estava me consolando como se fosse meu pai", lembra ela, "e denunciando meu marido pelo que ele fez". "Confiei nele e o amei muito. Uma vez ele insistiu que eu fizesse sexo com ele antes do casamento, visto que era, tecnicamente, sua esposa. Acabei aceitando e fiz."
Sem ter percebido o que aconteceu, ela contou o ocorrido à mãe, que a levou correndo para um ginecologista. O diagnóstico: Amina havia rompido o hímen.
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