Um indício das novas dificuldades foi dado pelo IBC-Br, índice considerado como prévia do PIB, que apontou crescimento mais fraco para o 2º semestre e 2023
INCERTEZA - Consumo menor: o comércio segue em ritmo modesto - Eduardo Matysiak/Futura PressO ano de 2022 começou com uma previsão de crescimento tíbio para o produto interno bruto brasileiro, de 0,36%, segundo consenso do mercado financeiro compilado pelo Banco Central. Na ocasião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, esbravejou, reclamou da previsão e manteve a aposta de que a retomada da atividade pós-pandemia seria melhor do que o esperado.
Mas, agora, nas semanas que antecederam o segundo turno das eleições, surgiram os primeiros sinais de que a boa fase está chegando ao fim. E as nuvens carregadas previstas pelo mercado parecem se adensar no horizonte. “A economia ainda não sentiu os efeitos da política monetária, dos juros de 13,75%, porque o governo se aproveitou do ano eleitoral para fazer novas medidas de estímulos fiscais e a concessão de benefícios.
A expectativa é que, apesar de um mês de agosto mais fraco, o terceiro trimestre do ano ainda vai apresentar leve crescimento de PIB. Já para o último trimestre, a estagnação é o consenso. Os bancos Santander e Itaú preveem crescimento zero da atividade no período, o BTG espera alta de 0,4% e o Boletim Macro fala de queda de 0,5%.
Ou seja, o resultado do Brasil não demonstra nenhuma economia em voo de brigadeiro, como Guedes e o presidente Jair Bolsonaro querem fazer crer. Mas também não é a tragédia preconizada pela oposição. Alguns fatores devem continuar ajudando a atividade até o fim do ano. Os serviços permanecem fortes, assim como a agricultura.