Nesta semana, no consultório do psiquiatra Arthur Guerra, em São Paulo, um dos pacientes incomodou-se com uma revista de colecionador que jazia em uma das mesas do especialista.
Nesta semana, no consultório do psiquiatra Arthur Guerra, em São Paulo, um dos pacientes incomodou-se com uma revista de colecionador que jazia em uma das mesas do especialista. O motivo da irritação era o número estampado em sua capa: 13. Não se tratava, é importante dizer, de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sim, da contagem da série do exemplar.
A avaliação da psicanalista Vera Iaconelli, diretora do Instituto Gerar de Psicanálise, é parecida: a violência política dos últimos tempos tende a afetar particularmente a saúde mental de pessoas que já estavam fragilizadas. Segundo ela, faltam-nos “recursos simbólicos” para reagir e apostar no diálogo diante de tanta briga: na família, no espaço público e até na igreja.
"Há casos em que uma das partes do casal é demasiadamente envolvida com política, e o outro não. Um dos lados, por exemplo, queixa-se da distância. Nesses casos, quem vem ao consultório é o abandonado, não o politizado. A pessoa fica sem saber como chamar atenção, se sente escanteada", afirma Carmita.
"O aumento da inflação e do custo de vida tem motivado as pessoas a se organizar melhor financeiramente e a olhar de forma mais estratégica para suas carreiras.