Segurança pública: violência escala na preocupação dos brasileiros e vira vespeiro para governo Lula

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Segundo Datafolha, insegurança empata com saúde como principal problema para os brasileiros. Área é a mais mal avaliada do governo federal, de acordo com pesquisa Atlas

Na segunda-feira , concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre o recém-lançado Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas .

Três dias depois, a atuação de grupos criminosos voltou a levar Dino a se manifestar. Desta vez, um crime ousado em plena área nobre do Rio de Janeiro que afetou diretamente aliados do governo.Bandidos assassinaram a tiros três médicos em um quiosque na praia na Barra da Tijuca, um dos endereços mais cobiçados da cidade.

Uma pesquisa do Datafolha mostrou que a violência escalou como preocupação dos brasileiros e lidera o ranking de problemas empatado com a saúde: 17% citaram a insegurança como o maior problema do Brasil, contra 6% em dezembro de 2022, o mais recente levantamento com essa pergunta. Especialistas e políticos ouvidos pela BBC News Brasil apontam supostas falhas na gestão do tema dentro do governo, como a falta de políticas estruturantes e a hesitação em promover, por meio de projetos de lei, mudanças no funcionamento das polícias civis e militares.

Apesar da forte retórica do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a criminalidade, ele diz que seu governo não adotou políticas estruturais de fortalecimento da segurança pública e ficou, principalmente, no aumento de armas nas mãos de civis. O combate a esse tipo de crime organizado, diz Cerqueira, depende da atuação de instituições federais, como a PF e o Ministério Público Federal, para investigar com inteligência e independência os atores poderosos envolvidos e as redes de fornecimento de drogas, armas e de lavagem de dinheiro - temas que o governo promete atacar com o novo plano de combate às organizações criminosas.

Em uma entrevista coletiva na sexta-feira , Castro disse que o Estado lida com uma "verdadeira máfia". "O foco de curto prazo, para atacar os sintomas, teria que ser muito forte em utilizar as organizações que o governo federal tem, com inteligência e tecnologia, para ajudar os Estados. Força Nacional na rua não serve para nada", critica.

Essa ala teria maior atuação na Secretaria Nacional de Segurança Pública e na Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos . Segundo o governo, entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 24.729 homicídios dolosos no país, uma queda de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2022.

"O Rio de Janeiro passa por um caos na segurança pública não é de hoje. Vem de 30 anos. Falta de investimento nas polícias, policiais desmotivados com baixos salários e sem condições de trabalho", afirmou o deputado, que é policial federal licenciado. "Eu acho que essa barbaridade que aconteceu explicita o que é a complexidade no território no Rio de Janeiro. Sem dúvida, enfrentar o tema da segurança pública é um desafio para o governo federal e pro governo do Estado também", ressalta.

"O governo poderia oferecer formação e repasses adicionais para isso. Outra coisa que o governo deve fazer é propor uma mudança nas carreiras policiais e na escala de trabalho. Só que isso passa pelo Congresso. O ponto é que só o Ministério da Justiça teria força para pautar essa discussão no Parlamento", afirma.

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