Cinco meses após assumir a presidência da Generalitat, Salvador Illa destaca as mudanças em curso na Catalunha e a necessidade de um novo sistema de financiamento. Explora as suas visões sobre a Espanha plural e diversa, a relação com outras autonomias, e o futuro da Catalunha.
Cinco meses após assumir a presidência da Generalitat, a hora da verdade chegou para o socialista Salvador Illa. As urgências começam a acumular-se na mesa de um escritório que, pela primeira vez desde 2010, é ocupado por um presidente não independentista. A sua eleição representou uma mudança de ciclo de primeira magnitude para a Catalunha e para toda a Espanha e o sinal mais claro do declínio do processo independentista.
No entanto, os seus acordos de investidura com Esquerra Republicana, que também se aplicam ao PSOE, obrigam-no a cumprir nos próximos meses questões de grande importância, como a consecução de um sistema de financiamento «singular» para a Catalunha, o que gera receios fora desta comunidade. Oriol Junqueras, líder do ERC, anunciou ontem que não negociará as contas catalãs de 2025 porque é impossível incorporar já avanços nesse capítulo. Illa inicia uma ronda de visitas a todas as autonomias para explicar o seu projeto e a nova etapa na Catalunha. Em resposta a perguntas sobre o seu projeto, ele afirmou que considera positivo para todos, para a Catalunha sem dúvida, que visite diferentes territórios de Espanha, começando pelas Canárias no último fim de semana de janeiro. Tem previsto reunir-se com o presidente Clavijo e está à disposição para se encontrar com outros presidentes que tenham interesse. Illa vai explicar a sua visão da Espanha, que é a defesa de uma Espanha plural e diversa, que gera prosperidade, mais do que o resto dos países mais avançados, e que deve ser partilhada. Quanto à questão da financiamento autonómico, ele afirmou que ninguém está contra a criação de um novo sistema e que o atual governo espanhol aumentou muito os recursos das autonomias. Há uma proposta que foi colocada sobre a mesa que atende às singularidades da Catalunha, que não busca nenhum privilégio. Illa reiterou os seus compromissos com o ERC para esta reforma. Ele argumenta que todos concordam que há necessidade de renovar o sistema e que falta recursos para todas as comunidades para sustentar o Estado do bem-estar. Ele defende um sistema que não prejudica ninguém, em oposição a modelos baseados na deslealdade fiscal, como o de Madrid. Para ele, o ideal é jogar 11 contra 11, com regras iguais e árbitros neutros.Illa admite que o prazo para a Generalitat recolher todo o IRPF em 2026 é exigente, mas garante que será cumprido. A Agência Tributária Catalana precisa recrutar 4.000 funcionários da administração espanhola. Ele afirma que todos os acordos com o pessoal de todas as administrações serão respeitados. O acordo, que foi alcançado com o ERC e validado pelo executivo do PSOE, compromete o governo a cumpri-lo.
CATALUNHA FINANCIAMENTO ILHA ESQUERRA ESPAÑA
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