Motim terminou com a morte de 15 detentos e 10 funcionários da segurança pública, se tornando uma das principais crises de segurança pública do país g1
No dia 20 de junho de 1952, por volta das 7h, começava a rebelião no presídio da Ilha Anchieta, que resultaria na fuga de 129 detentos e que se tornaria uma das mais famosas do Brasil.
No Código Penal das décadas de 1940 e 1950, os mais diversos motivos se encaixavam no status de alta periculosidade. Até mesmo pessoas em situação de mendicância, vendedores de jogo do bicho e membros de gangues eram englobados nas Leis das Contravenções Penais, promulgada em 1941. Além de ser um local isolado, quente e úmido, há relatos de torturas que aconteciam com os detentos por parte da direção. Em 1947, o secretário da Segurança Pública, Flodoaldo Gonçalves Maia, foi pessoalmente ao presídio para tentar parar a violência que estava acontecendo.
Maria Aydêe com o marido, Walter Cardoso, e o filho, também Walter, na época em que viviam na Ilha Anchieta — Foto: Arquivo pessoal Portuga, João Pereira Lima e Faria Jr — Foto: Reprodução/ Revista 'O Cruzeiro' edição publicada em 1952 “A imprensa da época deu muito destaque, não somente a fuga, mas também começou a divagar sobre a questão de que, se o Portuga fugiu do Carandiru, que era considerado o presidio mais impenetrável da época, ele podia ser o grande mentor da rebelião da Ilha Anchieta também”, conta Arthur sobre Portuga.
“Os presos invadiram minha casa gritando pelo meu marido. Fiquei tão assustada que pulei a janela e corri para casa da minha vizinha.”, conta Aydêe. “Saímos de Caraguatatuba e fomos até Ubatuba caçando os presos que haviam evadido na mata. Nenhum preso foi encontrado naquela região, sabemos que o destino mais forte dos fugitivos foi para o lado de Parati”, disse ao g1.