No livro do profeta Jeremias, parte do Antigo Testamento da Bíblia, há curiosas menções a uma “rainha dos céus”: uma divindade antiga que foi cancelada com o advento do monoteísmo patriarcal, em que só havia espaço para um único Deus masculino:
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“A arqueologia hoje mostra que Asherá não foi sempre um objeto”, afirma a pesquisadora, no documentário. “Ela foi uma poderosa divindade, a mulher do Deus chefe El”. “A Bíblia usa a palavra Asherah e a sua forma plural, asherim, várias vezes. O termo é limitado à literatura que foi composta durante e após o reinado de Josias, no fim do século 7 a.C., e aparece de duas maneiras diferentes”, explica à BBC News Brasil o teólogo americano Daniel McClellan, cujo mestrado foi sobre estudos judaicos na Universidade de Oxford.
McClellan situa as origens da divindade na Idade do Bronze , entre o povo hurrita, que habitou parte da Mesopotâmia até os séculos 14 ou 13 a.C. De lá, segundo o pesquisador, o culto se espalhou para a antiga Ugarit, a Anatólia , a Fenícia “e o território atualmente ocupado por Israel e Palestina”. Essas descobertas arqueológicas começaram a ocorrer a partir dos anos 1950. “E o que se encontrou mostra que ela foi uma figura central nesse judaísmo antigo”, comenta à BBC News Brasil o pesquisador Thiago Maerki, estudioso de textos antigos e membro da Hagiography Society, dos Estados Unidos.
Em artigo intitulado "Asherah: a deusa proibida", publicado em 2007 na Revista Aulas, da Universidade Estadual de Campinas , a teóloga Ana Luisa Alves Cordeiro explica como apagamento de Asherah se deu durante o processo de transformação das religiões politeístas em uma crença monoteísta. Cordeiro pontua as modificações da representação da deusa ao longo desses séculos, lembrando que, entre 1800 e 1500 a.C., ela costumava ser esculpida como uma deusa-nua, “destacando o triângulo púbico, emergindo também representações em forma de ramos ou pequenas árvores estilizadas, combinação que vem a ser denominada ‘deusa-árvore’.
Apesar de evidências históricas desses processo, há ainda uma resistência na aceitação.
A tática principal era associar o nome dela a um ídolo, e não a uma deusa. “Outra era recontar as histórias dos reis que vieram antes de Josias e pintá-los como reis perversos que estavam conscientemente violando a lei quando permitiam a adoração de Asherah”, acrescenta. “A gente pode dizer que a religião oficial de Israel vai adquirir uma identidade unicamente masculina e o feminino, assim como a deusa Asherah, vai para o plano secundário.
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