Antonio Gois: Queixas de professores com salários sempre foram recorrentes
"As comemorações do Dia do Professor encontram o magistério em estado de espírito que não lhe permite receber com muito entusiasmo as homenagens que se anunciam”. “Ouvimos falar, muitas vezes, que o magistério é sacerdócio . Isso tudo é muito bonito para discursos e festas cívicas. Mas a vida é muito diferente, principalmente para os que se dedicam exclusivamente ao magistério e têm família para sustentar”.
As três frases do parágrafo acima foram todas publicadas em artigos de jornais na década de 50. As duas primeiras são de 1955, e foram citadas no livro “História da profissão docente no Brasil: representações em disputa”, de Paula Vicentini e Rosario Lugli. A terceira é de um artigo publicado em 14 de outubro de 1951, na Folha da Manhã.
O 15 de outubro foi escolhido em função da data de promulgação da primeira Lei Geral de Ensino do país, em 1827. Mas foi só no século seguinte, a partir da década de 30, que passou a ser lembrado como Dia do Professor.
O discurso impreciso sobre o professor valorizado de outros tempos também costuma ignorar um contexto peculiar da profissão. Entre o final do século XIX e início do XX, a carreira se tornou majoritariamente feminina. E isso não ocorreu por acaso.
O passado, portanto, pode nos servir de lição, mas não como parâmetro de qualidade sobre o que esperamos dos professores em pleno século XXI. Homenagens no 15 de outubro são bem-vindas, mas o que importa mesmo é acelerar o esforço diário para melhorar a atratividade, formação e as condições de trabalho do magistério.
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