O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia está pronta para negociar um fim ao conflito na Ucrânia, mas rejeitou a possibilidade de conversas diretas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Zelensky, por sua vez, acusou Putin de usar 'truques cínicos' para prolongar o conflito. O presidente dos EUA, Donald Trump, pressiona ambos os lados para a paz.
O presidente russo, Vladimir Putin , declarou nesta terça-feira (28) que a Rússia está pronta para negociar um fim ao conflito na Ucrânia, mas rejeitou a possibilidade de conversas diretas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky , considerado 'ilegítimo' pelo líder russo. Zelensky, por sua vez, respondeu que Putin tem 'medo' de negociar e o acusou de utilizar 'truques cínicos' para prolongar o conflito que está prestes a completar três anos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado ambos os lados para encerrar a guerra e, na semana passada, afirmou que Zelensky deseja negociar um acordo para interromper os combates. Em uma entrevista à televisão estatal russa, Putin afirmou que os combates poderiam terminar em dois meses se os países ocidentais retirassem seu apoio à Ucrânia, uma possibilidade que causa apreensão em Kiev, especialmente com o retorno de Trump à Casa Branca. Ambos os lados, assim como seus aliados, mencionam cada vez mais a ideia de negociações de paz, mas não há indícios de que isso se concretize no curto prazo. 'Se quiser participar das negociações, eu escolherei as pessoas para participar das negociações', disse Putin, sugerindo que não se envolveria pessoalmente nesse processo. O chefe do Kremlin afirmou que o presidente ucraniano é 'ilegítimo' porque seu mandato expirou. Entretanto, a lei marcial vigente na Ucrânia desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, impede a realização de eleições. O presidente russo acrescentou que qualquer negociação seria 'ilegítima' se fosse realizada atualmente, citando um decreto de Zelensky, que descartou em outubro de 2022 qualquer negociação enquanto Putin estivesse no poder. No entanto, Putin argumentou que seria possível encontrar 'uma fórmula jurídica' para realizar as conversas se Kiev desejar. Mas, 'por ora, não vemos tal vontade', frisou. Putin, que acusou diversas vezes os países ocidentais de inflamar o conflito, garantiu que este terminaria logo se essas nações interrompessem a ajuda a Kiev. 'Não aguentariam um mês se acabasse o dinheiro e, de forma ampla, as balas. Tudo terminaria em um mês e meio ou dois', afirmou o presidente russo. Tanto ele quanto Trump têm comentado sobre a possibilidade de um encontro entre ambos, mas as autoridades russas afirmam que ninguém em Washington fez contato para concretizar essa reunião. A postura do novo presidente americano neste caso é difícil de decifrar. Seu país é o principal apoio militar da Ucrânia, uma ajuda frequentemente criticada por ele. Mas, ao mesmo tempo, o magnata republicano ameaçou recentemente Moscou com mais sanções se não houver um acordo com Kiev. Entre as autoridades ucranianas existe o temor de que possam ser pressionadas para a mesa de negociação e forçadas a ceder os territórios tomados pela Rússia em uma eventual negociação. Há pouco tempo, Zelensky passou a reconhecer essa possibilidade, mas com a condição de que o Ocidente ofereça garantias sólidas de segurança para o seu país. A Rússia, por outro lado, reivindica a rendição da Ucrânia, sua renúncia a fazer parte da OTAN no futuro e o controle dos territórios ucranianos alegadamente anexados por Moscou
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