Entre 2015 e 2019, mais de 73 milhões de procedimentos foram realizados no mundo por ano; segundo a OMS, três em cada quatro abortos são inseguros na América Latina
Em 14 de maio, a diarista Giovanna Marques , de 25 anos, embarcava em um ônibus na cidade de Vitória, no Rio Grande do Sul, com nove semanas de gravidez. Depois de passar a noite em Uruguaiana, ela atravessou a fronteira e pegou outro ônibus em Paso de Los Libres, na Argentina, até chegar em Rosário em 16 de maio.
Quando sua terceira filha nasceu, há três anos, a médica disse que Giovanna não poderia engravidar novamente, porque correria risco de vida. Então, ao saber da gestação agora, em 2022, o desespero falou mais alto, e ela encontrou o Milhas na internet. Criado em 2019, o Milhas pela Vida das Mulheres concede financiamento parcial ou total para a viagem de mulheres de baixa renda que desejam interromper a gestação, além de orientação e ajuda para aquelas que podem arcar com os custos.
— É uma lei que dá ao feto o estatuto de agente de direitos. E, quando ele é um agente de direitos vulnerável, passa a ter prioridade sobre outros direitos . É um caminho direto até El Salvador, onde mulheres são condenadas a até 30 anos de prisão por negligência e omissão de socorro a vulnerável — explica.
O Milhas mantém uma parceria com as clínicas no exterior. Assim, quem paga pelo aborto pode dedicar uma parte do valor para quem não consegue pagar. Muitas vezes, a mulher que faz e paga é quem ajuda a outra, que não pode arcar com os custos. Depois do atendimento com a psicóloga, as mulheres que chegam para abortar são atendidas por ela. Para Edna, que está no cargo há um ano e meio, o número de brasileiras que desembarcam para interromper a gestação está crescendo.
Manifestantes pelos direitos ao aborto se reúnem em frente à 9ª Cúpula das Américas, em Los Angeles, Califórnia, em 9 de junho — Foto: RINGO CHIU / AFPApesar de ser proibido em diversos países da América Latina, segundo a OMS, o aborto é uma intervenção de saúde comum e segura quando realizada através de um método recomendado — que muda a depender do tempo de gestação.
A aprovação do aborto na Argentina tornou o país uma das primeiras grandes nações da América Latina a implementar a medida, válida até o fim de 14 semanas de gravidez.
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