Os noivos sobreviveram ao ataque, que matou 80 pessoas, mas são atormentados pela atrocidade todos os dias G1
Mirwais Elmi estava prestes a assinar o papel do casamento quando a explosão aconteceu — Foto: Reuters/Mohammad IsmailO salão de festa em Cabul, no Afeganistão, onde acontecia um casamento, se tornou um cenário de devastação depois de um ataque suicida do grupo extremista Estado Islâmico.
Centenas de convidados aguardavam pacientemente no salão pelo fim da cerimônia e para o início do jantar.A noiva, Rehana, de 18 anos, provava alguns petiscos com a cunhada e a sogra em outro cômodo. O barulho reverberou por quilômetros. Amigos e parentes que Elmi tinha recebido com um sorriso apenas algumas horas antes foram reduzidos a ossos queimados e pedaços de carne em chamas.A explosão deixou Elmi inconsciente. A noiva e os outros parentes ficaram em choque.Quando Elmi acordou, algumas horas depois, ele estava em casa. Dentro de alguns minutos, ele percebeu que seus amigos e parentes estavam ocupados contando os mortos.
"Eu tinha muitos sonhos, esperanças e expectativas. Nada foi realizado. Vivo em um estado de dor e pesar", diz Elmi.O horror do ataque foi imenso, mesmo para os padrões de um país devastado pela guerra. Levou ao adiamento das celebrações do centenário do tratado que acabou com a interferência britânica nas questões internacionais do país.
Ela não quis conversar com a BBC. O casamento foi arranjado – como a maioria no país. A mãe de Elmi e a mãe da noiva são parentes distantes e fizeram o papel de casamenteiras. "Depois de ver as fotos eu fiquei pior. Eu não consegui dormir. Eu chorei. O que mais eu poderia fazer?"
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