Tendência migratória dos venezuelanos mudou: agora, em vez de procurarem rotas para o sul, eles buscam uma vida melhor no exterior olhando mais para o norte
A profunda crise que a Venezuela experimentou nos últimos sete anos mudou completamente essa dinâmica e o país se tornou um grande emissor de migrantes.
Julia Gellat, analista sênior do Migration Policy Institute, um centro de estudos com sede em Washington , acredita que uma combinação de condições econômicas e políticas difíceis vem forçando os venezuelanos a deixar o país. Estima-se que existam quase 2,5 milhões de venezuelanos na Colômbia, 1,5 milhão no Peru, 500 mil no Equador e 450 mil no Chile. No Brasil, são cerca de 260 mil, segundo dados da ONU.
O especialista indica que a essas dificuldades se somam alguns episódios de xenofobia ocorridos em alguns países como Chile e Peru, que os migrantes também levam em consideração ao pensar em possíveis destinos. A isso se soma o fato de que os Estados Unidos tinham uma política benevolente em relação aos migrantes venezuelanos, que as autoridades daquele país consideram vítimas do governo Maduro, descrito como um "ditador" tanto por Biden quanto por seu antecessor, o republicano Donald Trump.
Isso era uma diferença fundamental em relação ao tratamento dado aos migrantes de muitos outros países expulsos dos EUA para o México ou deportados para seus países de origem.