Nos últimos dias, tem-se falado cada vez mais sobre uma possível saída de Guedes do cargo em meio a uma divergência em relação à agenda econômica do país daqui para frente.
Em pouco mais de um ano e meio, as diferenças de perfis entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro que se manifestam desde a campanha em 2018 parecem ter chegado ao limite do conciliável.
A situação se deteriorou à medida que o ministério da Economia passou a perder espaço para outros setores dentro do governo. No meio do processo de desidratação, o ministério da Economia perdeu quadros importantes — a saída de técnicos descontentes com a dificuldade de implementação das reformas e com a pressão para a flexibilização da austeridade fiscal —, o que foi classificado pelo próprio ministro como uma"debandada".
Investidores estrangeiros saem do país em busca de outros mercados, pressionando o preço do dólar para cima. Tudo isso afeta o bolso de quem investe."Não só era nítido que existia divergência entre ele e Bolsonaro já durante a campanha, como também havia inconsistências na fala de Guedes.
Juros elevados, de maneira geral, jogam contra o investimento. As empresas pedem menos dinheiro emprestado, emitem menos debêntures — e, por consequência, diminuem as possibilidades de ganho dos investidores. "O teto de gastos é a principal âncora fiscal do Brasil, que vem contribuindo com o posicionamento da trajetória da dívida do país em um patamar mais sustentável", disse na quinta Samar Maziad, vice-presidente da Moody's, uma das agências que dão nota à dívida soberana brasileira.
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