Do núcleo absurdamente grande à desconcertante composição química de sua superfície, Mercúrio é um planeta repleto de surpresas.
se esgotou, até que ele se viu perdido no meio do nada, sem ter ideia de como voltar ao seu alojamento.Mari achou que conseguiria relembrar o caminho até um restaurante, onde ele poderia reabastecer seu estômago, seu motor e a bateria do celular. Mas, ao chegar lá, tudo estava deserto.
Todas estas dificuldades fizeram com que Mercúrio tenha sido menos estudado do que os outros planetas vizinhos. Para aumentar ainda mais o mistério, a proporção de substâncias químicas na superfície de Mercúrio é altamente incomum. Mas a hipótese é que, em algum ponto da história, Mercúrio tenha colidido com outro corpo planetário que o deslocou, fazendo com que ele girasse em direção ao Sol. Esta colisão pode ter arrancado sua crosta e boa parte do seu manto, deixando o enorme núcleo líquido do planeta.Rochas alienígenas
A ideia é tentadora, mas Mari é cético. Ele conta que as evidências já descobertas indicam que os aubrites vêm de asteroides que se formaram na mesma região da nebulosa solar que Mercúrio, mas que nunca fizeram parte do planeta. Quando saiu na sua jornada pelas montanhas desertas, Mari se sentiu um "Indiana Jones moderno", conta.
Durante sua busca, Mari encontrou os pedaços de lava específicos que procurava, conhecidos como boninitas.e do Museu de Ciências Planetárias da Itália, ele analisou a composição das rochas, comparando com as medições de Mercúrio. Os resultados o deixaram perplexo.A mistura de elementos como magnésio, alumínio e ferro era a mesma observada no misterioso planeta com seu enorme núcleo.
E esta conclusão é consistente com uma origem violenta que tenha soprado para longe boa parte da crosta original de Mercúrio.Seu nome é uma homenagem ao matemático e engenheiro italiano Giuseppe Colombo . Entre outras coisas, ele ajudou a planejar o complicado trajeto da espaçonave Marine 10.Cumprindo sua rota sinuosa até Mercúrio, a BepiColombo já se aproximou três vezes do planeta.
Por um ano após a chegada, os veículos orbitais tomarão medições mais precisas da composição mineral de Mercúrio, sua topografia e sua estrutura interna. "As questões sobre a alta densidade de Mercúrio e por que o seu núcleo é tão grande são muito importantes para entendermos a formação e a história do nosso Sistema Solar", explica Benkhoff.
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