Jaymesson Damasceno de Araújo, conhecido como 'Neném da Macumba', foi morto a tiros em Mesquita, na Baixada Fluminense. A trajetória do ex-policial era marcada por associação política e criminal, além de grande influência nas redes sociais.
O policial militar reformado Jaymesson Damasceno de Araújo, de 52 anos, conhecido como “Neném da Macumba”, teve uma trajetória marcada por associações políticas, criminosas e influência nas redes sociais. Investigado e denunciado pelo Ministério Público por associação criminosa desde 2019, ele foi nomeado chefe de polícia do legislativo, pela Câmara Municipal de Mesquita, em 2021.
Em circunstâncias que estão sendo investigadas, Neném da Macumba foi morto no último sábado, atingido por um disparo de arma de fogo, na Chatuba, onde atuava, na Baixada Fluminense. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para a UPA de Edson Passos, mas não resistiu.O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A Polícia Civil informou que, segundo informações preliminares, Jaymesson foi reconhecido por traficantes quando socorria um familiar. A Polícia Militar afirmou que os suspeitos do crime roubaram a arma do ex-agente.Nas redes sociais, ele acumulava milhares de seguidores: 15 mil no Instagram e 4,9 mil no Facebook. No perfil, fazia questão de divulgar que era técnico em contabilidade, criminalista e formado em Gestão de Segurança Pública. Os conteúdos variavam entre publicações de cunho político, críticas a partidos, e vídeos com protestos sobre falta de segurança pública. Uma das postagens foi bloqueada pela Meta por se tratar de informação falsa, sobre fraude nas eleições brasileiras.A relação com políticos e o mundo do crime era estreita. Já em 2012, quando era cabo da Polícia Militar, Jaymesson foi preso por atuar na milícia da Chatuba, em Mesquita. Sete anos depois, uma denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), de janeiro de 2019, o apontou como 'braço armado' da milícia do município, comandada pelo ex-policial Amaury Trindade, acusado de ser líder bélico do grupo, e pelo então vereador Rogelson Sanches Fontoura, vulgo “Gelsinho Guerreiro”, que exercia a função de líder-político do bando. Entre os integrantes, havia ainda policiais e bombeiros militares, moradores da localidade, e civis. Na denúncia, a promotoria do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) denuncia Jaymesson e diversos outros membros da associação criminosa, para dominar o território pela prática de diversos crimes, principalmente, homicídios. Segundo o MP, Neném da Macumba é autor do homicídio de Paulo Cesar da Silva dos Santos.Mesmo assim, em maio de 2019, cinco meses após a denúncia do MPRJ, ele ainda foi nomeado para o cargo comissionado de assessor especial da Câmara Municipal de Mesquita. A nomeação foi assinada pelo então presidente da Câmara Saint Clair Esperança Passos, conhecido como Sancler Nininho (Pros), afastado em 2022 acusado de liderar um esquema criminoso na Câmara, envolvendo o desvio de cheques com verbas rescisórias de servidores comissionados dispensados
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