Cientistas franceses estão conduzindo pesquisas para entender por que a morfina causa piora da dor em alguns pacientes e buscar um novo medicamento que bloqueie os efeitos negativos.
Os opioides são analgésicos potentes, usados para tratar dores pontuais ou crônicas. Uma equipe de pesquisadores liderada pelo cientista francês Cyril Rivat, do Instituto de Neurociências em Montpellier, França, investiga por que algumas moléculas, como a morfina, pioram a dor em certos pacientes ou não produzem efeito.
Os estudos do neurocientista francês são realizados em colaboração com pesquisadores do Inserm (Instituto de Pesquisas Médicas da França), CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas) e a empresa Biodol Therapeutics. A startup, em parceria com a equipe francesa, busca desenvolver um medicamento experimental para combater esses efeitos adversos. Eles também investigam a dor neuropática, que surge após lesões em nervos, medula ou cérebro. O objetivo é criar um remédio que, bloqueando o receptor cerebral FLT3, controle as reações indesejadas causadas pela morfina. Os testes clínicos da fase 1 com humanos devem começar em 2025 na França. A Biodol Therapeutics recebeu financiamento em 2024 para iniciar a primeira fase dos testes clínicos com humanos, com a inclusão de voluntários a partir de dezembro. O primeiro objetivo é avaliar os efeitos tóxicos de um composto químico que visa o receptor FLT3. A primeira fase deve terminar em 2025. Se tudo correr bem, a fase 2 será iniciada, analisando os efeitos da substância na dor neuropática crônica. A resistência aos efeitos da morfina está relacionada a mecanismos neurobiológicos complexos, ainda em estudo pela ciência, e está relacionada ao receptor cerebral onde a morfina age. Estamos avançando, mas ainda há questões em aberto, afirma o cientista. Diversos estudos demonstram que a estimulação frequente do receptor FLT3 diminui o efeito da morfina, limitando sua ação à parte interna da membrana cerebral
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