O retorno das patinetes elétricas às cidades brasileiras, apesar da comodidade e acessibilidade, levanta preocupações sobre a crescente ocorrência de acidentes. O texto aborda o aumento de lesões relacionadas ao uso dessas patinetes, destacando a necessidade de medidas de segurança e campanhas educativas para garantir uma convivência segura no espaço público.
Depois do arrefecimento da primeira onda alguns anos atrás, as metrópoles brasileiras voltaram a ser tomadas pelas patinetes elétricas, usadas não só como opção de lazer, mas também para deslocamentos de curta e média distância. Alugadas por meio de aplicativo, como as bicicletas compartilhadas, com variedade de pontos para retirada e entrega, as patinetes vêm ganhando adeptos em diferentes faixas etárias (em geral, o uso é vedado a menores).
À medida que crescem as corridas, crescem também os problemas. As lesões causadas por quedas já vêm sendo tratadas mundialmente como uma “epidemia”, segundo estudos publicados em revistas médicas. Porto Alegre e Florianópolis são exemplos de cidades onde o uso tem se proliferado.De fácil acesso, não poluem e podem ser úteis para pequenos trajetos em cidades engarrafadas. Mas os usuários precisam estar atentos aos riscos. Aparentemente inofensivas, elas podem contribuir para levar mais gente às emergências. A situação se torna mais desafiadora com a caótica disputa por espaço nas ciclovias entre corredores, ciclistas, skatistas e usuários de bicicletas elétricas. Os feridos em quedas de patinetes elétricas triplicaram nos Estados Unidos desde 2019, segundo estudo publicado na revista médica Injury Prevention, liderado pelo epidemiologista Edwin Akomaning, da Universidade Estadual de Dakota do Norte. O levantamento identificou 3.700 vítimas num período de quatro anos, considerando apenas os prontuários que citavam explicitamente esses veículos. As rodas menores, na comparação com as bicicletas, provavelmente contribuem para maior risco de desequilíbrio, levando a quedas e lesões, conclui o estudo.Lesões nas mãos e nos braços são as mais comuns em acidentes com patinetes e representam quase 32% dos casos analisados num outro trabalho, publicado na revista médica The American Surgeon por pesquisadores do Hospital Niguarda, de Milão. Em seguida aparecem os ferimentos na cabeça (19,5%). A grande maioria dos acidentados (80%) sofreu quedas espontâneas, 19% tinham consumido álcool, e apenas 3,9% estavam com capacetes, cujo uso é recomendado. As plataformas que operam no Brasil alegam que os acidentes são mínimos em relação à quantidade de corridas. Mas podem ser sérios, mesmo em baixa velocidade, uma vez que o usuário em geral anda sem proteção. No último ano, há notícia de pelo menos um acidente com morte em Porto Alegre — o usuário atravessava a rua com a patinete quando colidiu com uma moto. É legítimo que cidadãos possam alugar patinetes para se deslocar ou se divertir, mas é fundamental que o poder público crie regras sensatas de convivência. São necessárias campanhas educativas e a produção de estudos e estatísticas sobre acidentes, de modo a orientar políticas públicas. As autoridades devem ainda incentivar o uso de capacetes e reforçar a fiscalização, de modo a impedir que menores usem o serviço. Seria péssimo se a novidade criasse mais problemas do que resolve
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