O tamanho da crise econômica que o britânico Rishi Sunak terá de enfrentar
ÀS RUAS, CIDADÃOS - Passeata de grevistas na França: insatisfação popular no país das manifestações - Julien de Rosa/AFPPisando com cuidado em um terreno minado de escândalos, rivalidades internas, projetos abilolados e torpedeado por graves problemas econômicos, Rishi Sunak assumiu o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido — o terceiro desde setembro, o quarto em três anos, o quinto desde o plebiscito do Brexit — com o mais...
A inflação nos dezenove países que têm o euro como moeda bate recorde, em 9,9% no ano, e atingiu os dois dígitos em duas das quatro economias mais fortes. A exceção é a França, com 5,6%, mas se trata do aumento de preços mais rápido ali desde meados da década de 80, agravado por altas localizadas de enorme repercussão.
As amostras da crise se espalham. A produção industrial na Zona do Euro caiu 2,3% em julho, a queda mais pronunciada em dois anos. As indústrias de metais, papel e fertilizantes, altamente dependentes de energia, cortaram a fabricação e metade do suprimento de alumínio e zinco já está comprometida. Na Alemanha, motor do continente, o custo energético leva fábricas a diminuir turnos e dispensar funcionários.
É nesse cenário que Sunak chega ao poder — pouco conhecido , conservador da linha pragmática, que precisará de muito jogo de cintura para aprovar medidas duras no Parlamento dividido e indisciplinado. O programa de subsídios a consumidores e empresas para abater o custo de energia, que no projeto de Liz Truss se estenderia por dois anos, agora vai até abril — sendo que em março a previsão é de que a conta quase dobre.