Em livro que mescla experiências próprias e histórias de pacientes com transtornos psíquicos, autora reflete sobre o que está por trás de um diagnóstico
– quadro em que a pessoa tem uma visão distorcida do corpo e se nega a comer, por exemplo.
Eu acredito que algumas vezes o diagnóstico ou o rótulo de um transtorno mental pode ser muito libertador e terapêutico. Isso pode superar o sentimento de solidão de uma pessoa, a ideia de que ela é a única passando por essas coisas. Em outros casos, no entanto, o diagnóstico pode ter um efeito restritivo, como uma profecia auto-realizável, como se o paciente estivesse sendo informado de que seu potencial e futuro serão limitados.
O método ou abordagem de tratamento que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Às vezes indivíduos dão sentido à sua condição de formas que não são cientificamente corretas, mas capazes de trazer à sua vida entendimento e estabilidade. Pela maneira que estruturei o livro, tentei expressar que não existe uma única explicação para o sofrimento, o que sugere que precisamos ser ainda mais humildes.