A segunda temporada do podcast Extreme da BBC mergulha na história angustiante dos alpinistas Cecilie Skog e Rolf Bae, que tentavam escalar o K2 em 2008, e se viram no centro de uma tragédia que resultou na morte de 11 pessoas.
Com 8.611 metros de altura e tocando os céus como uma pirâmide coberta de neve, o K2 é a segunda montanha mais alta do mundo (superada apenas pelo Everest). Na segunda temporada do podcast Extreme, da BBC, a apresentadora e historiadora Natalia Mehlman Petrzela conta a história angustiante dos recém-casados Cecilie Skog e Rolf Bae , que escalaram o K2 em 2008 — e se viram no meio de uma tragédia que culminou na morte de 11 alpinistas em dois dias.
Para Skog, o fascínio pelas montanhas é de longa data. Ela nasceu cercada por picos enormes, e explica que, mesmo quando era criança, se sentia atraída pelos cumes alpinos ao seu redor. Assim como muitos alpinistas, ela chama a adrenalina de escalar montanhas de 'viciante'.\'Eu cresci em Ålesund, uma pequena cidade na costa oeste da Noruega, e ao redor desta pequena cidade há montanhas por toda parte. É muito bonito lá', diz Skog no podcast. 'Eles deveriam colocar nessas montanhas uma espécie de sinal de alerta: 'Isso é muito viciante'.' Enquanto escalava montanhas ao redor do mundo, Skog também encontrou o amor, e se casou com o alpinista Rolf Bae. Depois de anos aperfeiçoando suas habilidades, o casal decidiu que a lua de mel seria a oportunidade perfeita para se aventurar na Ásia, e tentar escalar o K2. A jornada deles começou no Paquistão, na geleira Baltoro, uma paisagem quase mítica que abriga seis picos com mais de 7.900 metros. O belo cenário quase intocado é um atrativo, mas é acompanhado pela emoção da altitude elevada, dos penhascos íngremes e das subidas de tirar o fôlego — além do espectro sempre presente de enganar a morte. 'Se você vai enfrentar o K2, precisa estar no auge em termos de performance. É por isso que ele é conhecido, nos circuitos de escalada, como 'a montanha do montanhista'', explica Petrzela. Skog e Bae estavam bem cientes desta reputação, assim como da possibilidade inevitável de enfrentar uma emergência de vida ou morte. 'O mais importante não pode ser chegar ao topo; o mais importante deve ser voltar para casa vivo', afirma Skog no podcast. \Ao chegarem à cordilheira de Karakoram, Skog e Bae se juntaram a cerca de 30 alpinistas esperançosos e otimistas de países distantes, como Sérvia, Irlanda, França, Holanda e Coreia do Sul, além de uma equipe de carregadores nepaleses e paquistaneses. Avalanches, desmoronamentos de pedras e nevascas imprevisíveis não seriam novidade, mas havia outro sinal: um memorial no início da jornada dedicado àqueles que perderam suas vidas ao tentar escalar o K2. Menos de 200 pessoas tentam escalar o K2 todos os anos — pouco mais de 2 mil alpinistas chegaram ao topo. 'Quando você chega, vê uma enorme pilha de pedras marrons, desgastadas pelo tempo, todas empilhadas umas sobre as outras. Ela é adornada com bandeiras entrelaçadas e fotos de alpinistas mortos', conta Petrzela. O memorial não é suficiente para dissuadir os alpinistas, nem o baixo nível de oxigênio e as temperaturas extremamente baixas. 'O que eu senti foi: 'Por que estou aqui... estou no lugar certo? Eu me questionei. Questionei minha motivação para estar ali', relata o alpinista Eric Meyer no podcast. Nunca foi tão fácil para intrépidos viajantes se desafiarem e enfrentarem o K2. Petrzela explica no podcast que uma pequena indústria se estabeleceu, e oferece tudo o que é necessário para quem deseja estar entre os poucos que podem dizer que chegaram ao topo da montanha. 'Não existe um regulamento para escalar montanhas. Nenhuma associação internacional diz o que ou como escalar. E não há nada que impeça alguém de transformar o montanhismo em um grande negócio. Hoje em dia, pelo preço certo, você também pode comprar sua entrada para as encostas de um pico de 8.000 metros', afirma Petrzela. Embora não exista uma associação que supervisione todos os alpinistas, existe a Federação Internacional de Escalada e Montanhismo (UIAA), que 'desenvolveu padrões para mais de 25 tipos de equipamentos de segurança, incluindo capacetes, arnês e '. Enquanto o grupo enfrentava alguns desafios inesperados — incluindo um caso curioso de falta de equipamento —, Skog explica que a possibilidade de dar meia-volta chegou a passar pela sua cabeça, mas ela ainda se sentia atraída pelo cume. ' que deveríamos dar meia-volta, porque isso é loucura. Mas, novamente... estamos olhando para cima, e podemos ver o cume dali. Estamos muito perto', diz Skog. 'É como uma espécie de compulsão, uma força inexorável que te puxa cada vez mais montanha acima', acrescenta Petrzela. No que mais tarde seria conhecido como desastre do K2 de 2008 — depois de uma tragédia semelhante em 1986, que causou a morte de cinco pessoas na montanha —, uma avalanche de gelo gigantesca levou as cordas dos alpinistas, fazendo com que muitos caíssem de uma parte especialmente traiçoeira da montanha, conhecida como 'Gargalo da Garrafa'. O incidente matou 11 alpinistas, incluindo Bae. Skog sobreviveu, mas sofreu congelamento de tecido do corpo e outros ferimentos
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