Jair Candor percorre a floresta em busca de pistas que indiquem a localização de povos indígenas isolados. Se o lugar tiver chão de barro ou areia, ele procura as pistas no solo. Se o lugar for seco, a busca é feita nas árvores. Com a maioria ele não faz contato - apenas monitora, para garantir que sua terra seja preservada.
Candor é indigenista e trabalha na Funai . Seu trabalho é demonstrar a existência dessas comunidades isoladas para proteger legalmente suas terras.
Mas existe uma pessoa que detém mais conhecimento sobre a floresta do que Candor. Seu nome é Tamanduá – o único indígena Piripkura que continua vivendo como nômade na Floresta Amazônica. Tamanduá passa a vida caminhando com um facão e uma tocha. Os pais de Candor sonhavam em ter uma grande plantação de café. E este sonho ia ao encontro dos planos da ditadura militar , que pretendia levar sua própria visão de desenvolvimento para a Amazônia: infraestrutura e agricultura.
A tentativa da família de ter uma vida melhor na Amazônia logo fracassou. A mãe de Candor morreu e seu pai vendeu a terra três anos depois da chegada. "Aprendi a caçar. Aprendi a pescar. Aprendi sobre umas pequenas larvas que vivem dentro dos cocos do babaçu e são muito nutritivas e saborosas.""O trabalho não era muito pesado", ele conta. "Eu trabalhava na sombra das árvores e ganhava algum dinheiro. Para mim, estava tudo bem."Trabalhando como seringueiro, Jair Candor encontrou uma daquelas comunidades indígenas que ele tinha sido ensinado a evitar.
"Aprendi que eles são pessoas que vivem sem nada", relembra ele. "Não são como o homem branco, que quer tudo." Por isso, a Funai precisava de pessoas que pudessem rastrear e monitorar esses grupos. E foram os amigos indígenas de Candor que o recomendaram para essa função."Nós só entramos em contato em caso de risco iminente, se há um conflito com uma população indígena contatada ou com agricultores ou garimpeiros, alguma coisa assim", explica Candor. "Caso contrário, nosso trabalho é só de monitoramento.
"Eles medem no máximo 1,40 metros. São muito baixinhos", explica Candor. E também são muito ágeis, rápidos e inteligentes.Jair Candor passou anos repetindo esta missão com muitos outros povos indígenas e ficou conhecido como um dos melhores rastreadores da Amazônia. "Sou ameaçado, muito ameaçado na região onde trabalho", afirma ele. "Sei que o risco é grande, mas não tenho medo.""Nós trocamos disparos e eles acabaram perdendo", ele conta. Os invasores eram supostamente relacionados a um grupo de madeireiros.
Os Piripkura são o menor grupo indígena do Brasil. Apenas três integrantes permanecem vivos: Tamanduá, Pakyi e uma mulher chamada Rita.
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