Nos anos 1960, o criminoso João Acácio transformou a relação que os paulistanos tinham com a cidade e estabeleceu o cotidiano de medo e insegurança que se agravou com o tempo
O bandido da Luz Vermelha, João Acácio Pereira da Costa, está para São Paulo como Jack, o Estripador está para Londres. Os dois casos envolvem personalidades misteriosas e cruéis que mudaram os padrões de segurança em suas cidades. São Paulo nos anos 1960 era provinciana e romântica, apesar da já visível desigualdade social e do forte desenvolvimento industrial.
Difícil de ser enquadrado no estilo da bandidagem da época, Luz Vermelha era vaidoso, vestia-se de forma a chamar atenção, sempre com cores vivas, chapéus extravagantes e lenços de caubói cobrindo o rosto. Era apaixonado pelos artistas da Jovem Guarda, especialmente por Wanderléa, a “Ternurinha”. Bissexual, gostava de usar perucas. Costumava também se passar por músico, carregando a tiracolo uma guitarra que havia roubado.
Luz Vermelha vestia-se de forma a chamar atenção. Costumava se passar por músico e fazia o tipo sedutor, mas era capaz de cometer os piores atos de violência Entre março de 1966, até a madrugada de 5 de agosto 1967, quando foi preso, Luz Vermelha passou a roubar casa e mansões em São Paulo. Chegou a praticar assaltos quatro dias por semana, sempre das 2 às 4 horas da madrugada. Foram 180 dias de roubos e estupros em que saqueou 150 casas.
João Acácio nasceu em 1942, em Joinville, Santa Catarina, e durante a infância miserável sofreu diversos abusos. Perdeu o contato com a mãe cedo, quando ela fugiu de casa com suas duas irmãs. A partir dos seis anos, com a morte de seu pai por tuberculose, ficou sob os cuidados do irmão mais velho, Joaquim. Ainda em Joinville, Luz Vermelha começou a cometer pequenos furtos e golpes.
O bandido da Luz Vermelha foi preso depois de ter seu retrato publicado na capa de um jornal. Nessa altura era o terror da cidade. Passou pela antiga Penitenciária do Estado, no bairro do Carandiru. Mentalmente perturbado acabou transferido para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha. Libertado em 1997, continuava sem a mínima condição de viver em sociedade. Tinha delírios de grandeza e se gabava de seus crimes do passado.
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