Julia Murat, ganhadora do prêmio de Melhor Direção no Festival do Rio, fala à CNN como sempre se interessou em estudar um espectro mais amplo da sexualidade humana
“Nessa entrevista a atriz falava que, para ela, a pornografia significava ampliar as próprias barreiras; físicas, psíquicas e emocionais. Ali eu entendi o que eu estava buscando e, então, surgiu o filme”, afirmou Julia.
Pode parecer simples, mas essa colocação é explorada de diversas formas no filme. Ela ilustra, por exemplo, casos de violência doméstica com os quais Simone se frustra ao não saber como resolvê-los, e ilustra, também, uma relação entre amigos onde a chamada “safe word”, ou palavra de segurança, é usada.
Porém, mesmo tão segura, Simone ainda tem medo. Ela não responde, por exemplo, automaticamente, aos fetiches mais pesados de quem a assiste na webcam e, quando o faz, se sente emocionalmente abalada. A diretora ainda diz que a produção do filme foi montada de uma forma segura, para que atores e atrizes se sentissem confortáveis nas cenas que envolviam relações sexuais. E, de fato, a direção de Julia é sensível, não sugere ao espectador qualquer tipo de julgamento, mas consegue criar uma tensão que culmina no misterioso final do filme.