Desde 2014, o Ministério Público Federal (MPF) luta para reabrir o caso da morte de Rubens Paiva em 1971. No mês de lançamento do filme 'Ainda estou aqui', que retrata o drama da viúva de Paiva, o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou novo impulso, com o ministro Alexandre de Moraes dando despacho que abre vista à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Desde 2014, ano em que Malhães revelou o episódio a este repórter, o Ministério Público Federal trava uma queda de braço com os advogados dos acusados para reabrir o caso e punir os responsáveis. Até aqui, a defesa tem levado a melhor. Porém, no mês de lançamento do filme “Ainda estou aqui”, que conta o drama da víuva de Paiva, Eunice, após a morte do marido, o processo que corre no Supremo Tribunal Federal voltou a andar.
A violência contra Paiva, um homem obeso e de meia idade, foi tão escancarada que os torturadores não se preocuparam em fechar a porta da sala, abafar os gritos do ex-deputado e ainda chamar um médico para examiná-lo, já moribundo. Por isso, não foi difícil para o Ministério Público Federal chegar aos culpados.
Se dúvidas restavam sobre o papel dos militares no caso, o coronel reformado Paulo Malhães, o “doutor Pablo”, codinome usado por ele na repressão, tratou de afastá-las ao revelar que recebeu em 1974 a missão de sumir com os restos mortais de Paiva. Seus comandantes no CIE temiam que a ossada do ex-deputado pudesse ser desenterrada no Recreio.
Os procuradores da República, para formular a denúncia, ouviram 24 pessoas, colhendo mais de 30 horas de depoimentos. Um dos mais importantes foi prestado pelo coronel da reserva Armando Avólio Filho, que, na época, servia no Pelotão de Investigações Criminais da Polícia do Exército .
Com a morte de Teori Zavascki em 2017, o acervo do ministro foi herdado por Alexandre de Moraes. Caberá a ele, como relator do Caso Rubens Paiva, decidir se arquiva a reclamação da defesa, pedido feito recentemente pelo procurador-geral Paulo Gonet. Mas a decisão importante ficará para o recurso extraordinário da PGR contra o trancamento da ação penal.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RUBENS PAIVA SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA AINDA ESTOU AQUI
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