País chega à COP27 com perspectivas pouco claras devido à disputa eleitoral; governo tentará promover energia limpa, apesar de medidas para manchar matriz brasileira
O Brasil foi um dos 26 países que apresentaram no último ano metas atualizadas para a redução de gases poluentes, como mostra um relatório divulgado nesta quarta-feira pela ONU.
O mundo em imagens nesta quarta-feira Pular 6 fotos Pular Pular A promessa inicial brasileira, feita durante o governo da presidente Dilma Rousseff, era cortar as emissões nacionais em 37% até 2025 em relação a 2005, indicando que o percentual poderia chegar a 43% até 2030. A meta foi mantida na primeira revisão das NDCs, apresentada em 2020, mas com um detalhe: o governo Bolsonaro usou uma manobra contábil que lhe permitiria poluir mais.
— O governo de Jair Bolsonaro é o pior exemplo global daquilo que não se deve fazer. Se todos os países agissem dessa maneira, o mundo poderia esquecer qualquer meta do Acordo de Paris, estaríamos perdidos — disse ao GLOBO Stela Herschmann, especialista em políticas climáticas do Observatório do Clima. — A meta é pior do que era há sete anos.
O plano do governo do presidente Jair Bolsonaro para a conferência é desviar da questão, promovendo o país como um ás da energia limpa. Tira proveito da crise energética desencadeada pela guerra na Ucrânia e da busca europeia por maior independência energética, levando diversos países a aumentarem seu uso de carvão e adiarem o cronograma de sua transição verde.
Como nos últimos dois anos, a sociedade civil brasileira também terá seu espaço, mas desta vez haverá uma novidade: os governadores da Amazônia se recusaram a integrar o pavilhão brasileiro. Terão seu próprio estande, cujo tema será floresta.