Artistas francês lança seu primeiro álbum em 17 anos sem entrevistas, coletiva ou turnê e músicos próximos a ele ajudam a desvendas personalidade esquiva e complexa e sua vida nômade, que inclui viagem sem rumo pela América Latina e filho no Brasil
Artistas francês lança seu primeiro álbum em 17 anos sem entrevistas, coletiva ou turnê e músicos próximos a ele ajudam a desvendas personalidade esquiva e complexa e sua vida nômade, que inclui viagem sem rumo pela América Latina e filho no BrasilManu Chao, músico esquivo, lança álbum sem entrevistas após 17 anos. Personalidade complexa revelada por músicos próximos.
“Talvez o empresário dele, de tanto insistir, o tenha convencido a lançar o álbum”, diz Culshaw ironicamente ao telefone. “Embora, na verdade, Manu seja difícil de convencer. Ele é um cara muito teimoso, garanto. Talvez precise do dinheiro e por isso lançou o álbum. Ele tem uma relação complexa e neurótica com o dinheiro. ‘O dinheiro é a raiz de todos os males’, diz, mas também compra a liberdade, que é muito valiosa para ele.
Tocar em bares, interagir com músicos de rua, conviver com pessoas que acordam cedo para trabalhar, conhecer os problemas dos cidadãos que sofrem, ajudar financeira e emocionalmente... Os entrevistados apontam estas ações como parte do motor da vida do artista francês. Mas nem sempre foi assim...Manu Chao sucumbiu à depressão quando o Mano Negra, grupo que ele fundou em 1987, se separou em 1995. Uma separação feia, com muita hostilidade.
O sucesso do álbum pegou o o próprio autor de surpresa: Ele dividiu as listas globais de álbums mais vendidos com Britney Spears e Eminem — e cantando em espanhol e francês. Em meio a isso, participou em manifestações contra o G-8, mostrando o seu desprezo pelas políticas dos poderosos. Alguns grupos de esquerda o lançaram como um líder anti-sistema. “Não sou líder de nada. Essa luta não deveria ter líderes.
"Viva tu" não traz uma transformação no som do artista. É um Manu Chao reconhecível: músicas bonitas, sem complicações, muita repetição de ritmos, com pitadas de reggae, rumba, bossa... Nas letras ele expõe a reflexão social: fala sobre como o mundo atual não é de progresso e que caminha para o “suicídio coletivo”.
“Não é fácil ser autossuficiente e independente nessa indústria. Viver de música sem se promover é complicado, mas ele não está nada mal. É admirável que sem promoção venda tantos ingressos. Com certeza ele sofre com isso porque somos todos contraditórios e pessoas conhecidas são obrigadas a ser públicas, o que me parece um absurdo”, explica Garriga.
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